A 'go getter' blog with a purpose - keep your eyes on it!

Monday, April 30, 2007

Lesbofobia_7

Discriminação na Universidade Chilena de Concepción

Duas alunas da Universidade cita foram expulsas, depois de humilhadas e insultadas, pelos seguranças da casa de estudo onde se encontravam. Estes alegaram que elas se comportaram de modo imoral, e que o regulamento indica a expulsão em tal caso. Mencionaram também que ‘naquele lugar passam crianças’.

A associação lésbica ‘Mafalda’ tomou conta da queixa das alunas, estranhou a contradição dos actos para com o lema da Universidade: desenvolver livremente o espírito. Convocaram um protesto diante da Universidade, e exigiram reunir com o director Sergio Lavanchy para exigir a substituição preventida e punitiva dos guardas alegando “princípios éticos”.

Ao mesmo tempo, o governo chileno move-se na direcção de aprovar uma lei de união civil entre homossexuais, com deputados e senadores a subscrever um documento iniciado pela associação Movilh, em que colaboraram advogados e professores académicos. O intuito foi acelerar os compromissos assumidos no programa presidencial.

Esta notícia toca-me especialmente. Quando eu andava na faculdade podia namorar onde quisesse, escola ou casa, e podia levar para o apartamento onde vivia, e que partilhava com outras, quem eu quisesse fossem que horas fossem, mesmo que não se tratásse de outra aluna da Universidade. As minhas colegas partilhavam da minha vida sentimental, tanto quanto eu partilhava das delas, e penso mesmo que até a encarregada do edifício conhecia os/as amores de todas nós. Foi, como deveria ser para toda a gente, o melhor momento da minha vida, e não um momento de refrear emoções ou conhecimentos.

Para reportar situações de lesbofobia:
lesbophobie@sos-homophobie.org
ilga-portugal@ilga.org
umar.lisboa@netcabo.pt ou umarpt@netcabo.pt
homofobia@mail.pt

Outros recursos: Lesbofobia_1; Lesbofobia_2; Lesbofobia_3; Lesbofobia_4; Lesbofobia_5; Lesbofobia_6

Sunday, April 29, 2007

Invasão lésbica de Madrid

Como anuncia o site do evento ‘Nosotras Somos Todas’, tratar-se-á do primeiro ‘Macrofestival’ dirigido apenas a mulheres lésbicas de todos os cantos do país vizinho. A decorrer em Madrid no próximo Sábado, dia 5, o evento foi divulgado por uma ‘caravana’ que percorreu as cidades maiores e estabeleceu uma rede de relações públicas.
Para dançarem toda a noite contarão com as prestações das DJ’s Silvia Sánchez, Moni-K, Shivvy, Lara e Sara Pinel.

A intenção deste evento não é primariamente emparelhar lésbicas solteiras, mas reunir numa-massa-só lésbicas que noutros ambientes não atreveriam assumir-se. Perante o público geral, cada uma é anónima naquele corpo comunitário, cada uma é livre. Quer-se relativizar o peso da visibilidade, anular, na 'tabela homofóbica das moralidades', a importância do estigma que veicula uma vergonha infundada sobre as lésbicas, e "normalizar" a sua realidade. Representa por isso uma afirmação política, pelo que é muito significativo que grandes empresas se tenham disposto a apoiar o ‘Megafestival’.

A organização NST dá ‘as caras’ por esta afirmação, e oferece toda a ajuda que possam necessitar quem quiser participar: locais de compra de ingressos, indicações para o local do evento, informações sobre os diversos meios de transporte, alojamento e outros serviços disponíveis.
Em Portugal iniciativas lúdicas semelhantes só as festas regulares Lesboa, das quais não se conhece motivação ideológica.

Saturday, April 28, 2007

Calamity Grace ataca de novo!

E regresso contente com o que trago na bagagem! O 'coming-out' da 'sista' Jane! :)



Calamity Jane e Joanie Stubbs, da série 'Deadwood', HBO
Robin Weigert no papel de Calamity Jane, Kim Dickens no papel de Joanie Stubbs

Friday, April 27, 2007

China manda notícias, de novo

My brothers and sisters... são 3 os programas webcasted de temática homossexual que degladiam entre si o pódio de audiência, e não 2 afinal!

O primeiro programa, algo como ‘Tertúlia homossexual’, surgiu apenas em Abril. O segundo – que pode traduzir-se como ‘Queer, camarada normal’ contra-atacou logo uma semana depois, e hoje soube de um terceiro, de nome semelhante a ‘Avante Camaradas’!

No video que se segue verão uma emissão do programa estreante. Mas a disputa pelo título de pioneiro está acesa.
Para já, observa-se que os programas são dedicados ao esclarecimento de dúvidas e desmistificação de preconceitos; algo como educação video-transmitida pela web, pois trata-se de um meio de comunicação em franca expansão na China, e um instrumento de democratização cultural. Não são, portanto – como alguns críticos inicialmente vaticinaram – programas de ‘propanganda gay’, ou difusão algum vector contagioso gay! Lololoucos!

"Ministério da Saúde financiará 36 Paradas gays no Brasil"

Via MixBrasil

"Foi publicada nesta quarta-feira, 25/4, a lista com as Paradas GLBT do Brasil que contarão com apoio financeiro do Programa Nacional de DST e Aids (PN-DST/AIDS), ligado ao Ministério da Saúde.
Foram selecionados 44 projetos. As maiores Paradas em número de participantes, do Rio e de São Paulo, não aparecem na relação.

Veja a lista das Paradas financiadas pelo Programa:

. VI Parada da Diversidade de Teresina (PI)
. Mês da Diversidade e Parada da Diversidade de Curitiba (PR)
. VI Parada Gay de Feira de Santana (BA)
. VI Parada da Diversidade Sexual de Campo Grande (MS)
. III Parada do Orgulho GLBT de Viamão (RS)
. Parada de Campina Grande (PB)
. Parada do Orgulho GLBT do Cariri (CE)
. VIII Parada pela Diversidade Sexual do Ceará (CE)
. Parada do Orgulho GLBT de Pelotas (RS)
. Paradas do Orgulho LGBTS do Distrito Federal (10a. de Brasília e 2a. de Taguatinga)
. X Parada do Orgulho GLBT de Belô (MG)
. VI Parada do Orgulho GLBT de Camaçari (BA)
. VI Parada do Orgulho GLBT de Uberlândia (MG)
. III Parada da Diversidade de Ilhéus (BA)
. I Parada do Orgulho GLBT de Itumbiara (GO)
. I Parada do Orgulho de Parnamirim e Região (RN)
. III Parada do Orgulho GLBT de Niterói (RJ)
. VII Parada do ORgulho GLSBT de São José do Rio Preto (SP)
. IV Parada do Orgulho pela Diversidade de São Luís (MA)
. VIII Parada do Orgulho Gay de Natal (RN)
. IV Parada do Orgulho GLBT de Montes Claros (MG)
. II Fest Pride Pantanal e IV Parada da Cidadania e do Orgulho LGBT do Sul do Mato Grosso (MT)
. IV Parada do Orgulho GLBT de Palmas (TO)
. Parada do Orgulho GLBT de Porto Alegre 2007 (RS)
. VI Parada do Orgulho GLBT de Belém (PA)
. II Parada do Orgulho GLBT de Viçosa (AL)
. III Parada do Orgulho GLBT do ABC (Santo André-SP)
. Parada da Diversidade de Boa Vista (RR)
. III Parada da Diversidade Sexual do Agreste (RN)
. V Parada do Orgulho GLBT de Juiz de Fora (MG)
. VI Parada GLBT de Aracaju (SE)
. VII Parada GLBT de Macéio e Região (AL)
. Parada do Orgulho e Cidadania GLBT de Rondônia (RO)
. III Parada da Diversidade Sexual de Mossoró (RN)
. IV Parada da Diversidade GLBT do Sul da Bahi-Itabuna (BA)
. VII Parada do Orgulho GLBT do MeioMundo-Macapá (Amapá)

Além destas Paradas, o programa DST/Aids financiará outros 9 projetos de prevenção que deverão acontecer durante as Paradas Gays ou no Mês do Orgulho."

Wednesday, April 25, 2007

Há mais para revolucionar


Comprei um, mas ficou na mesa do restaurante...

O turismo LGBT vai voar a toque samba!

Via MixBrasil

"Brasileiro é novo diretor da IGLTA na Europa"

"A IGTLA, a associação de turismo gay e lésbico internacional, acaba de nomear o brasileiro Carlos Kytka (...) como Diretor de Marketing e Vendas para a Europa, continente mais visitado por gays dos quatro cantos do planeta.

Kytka será responsável por assegurar o reconhecimento do turismo gay no continente como o maior setor dentro da indústria turística do Velho Mundo. O brasileiro de 44 anos também se prepara para abrir um resort gay de luxo no sul da França, ao lado de seu marido, nos próximos meses."

Já era de ter aproveitado melhor as mudanças em Espanha, mas agora soa a oportunidade imperdível, para Portugal!

Monday, April 23, 2007

Eyes On China

Os chineses estão mesmo a avançar na crista da onda, a conquistar a ponta da lança do progresso, com o orgulho todo.

No seguimento do programa inédito na China, de temática homossexual, e promovido pelo estado – a ser emitido pela internet, que sendo acessível a apenas cerca de 11% da população, representa a maior porção de utilizadores do mundo – surgiu de imediato um segundo programa concorrente.
Ou seja, a ‘franja gay’ do multimédia chinês já se tornou nicho de mercado, apetecível a quem se lembrar de explorar o ‘dinheiro gay’.

Como olhar e entender, então, a posição do governo chinês sobre os homossexuais – libertária agora, repressiva antes? Poderá ter a ver apenas com dinheiro!? A confusão está definitivamente instalada, já que se verifica haver afinal grande apetência para a visibilidade homossexual na China, com aparente apoio fiel do estado – mesmo que inicialmente houvesse algum ‘compromisso’ (entenda-se objectivos propagandísticos por uma ‘nova china’, assombrosa e miraculosa), com o surgimento de concorrência tende-se para a liberalização do mercado, pelo menos daquele nicho.

O que é bom, muito bom! Sendo a China o país mais populoso do mundo, o seu mercado gay deverá ser, consequentemente, o mais apetecível – partindo do mesmo princípio que sugere que 10% da população portuguesa é homossexual. Felizmente há chineses em todas as partes do mundo, como em Portugal. Supõe-se que homossexuais também!
Está lançada a oportunidade para lucrar com o ‘nicho’ colorido dos consumidores em qualquer parte.

P.S.: Apelo à população homossexual de proveniência chinesa, e de outras partes do mundo, residentes em Portugal, a dar-se a conhecer. Digam coisas!

Sunday, April 22, 2007

Moda lésbica

É de 2001 a pequena reportagem que verão a seguir, mas o tema é eternamente actual: moda.

Há testemunhos de algumas figuras conhecidas por cá – Ellen Degeneres, Chloë Sevigny e Lily Tomlin – outras desconhecidas por cá, e também de mulheres ‘anónimas’.
Notem especialmente bem, e anotem se necessário, os exemplos a NÃO seguir (vão precisar de muito papel). Pronto, desconta-se a data ultrapassada... mas há ali figurinos que eram de escusar sob qualquer pretexo que fosse!



Mas o assunto até é sério, porque caracterizador de um território cultural que é o das lésbicas. Contabiliza-se nesta outra página sobre moda/estilo lésbico que os 11 acessórios lésbicos mais ‘lésbicos’ – na cultura lésbica americana, delineie-se por aqui este território – são, por ordem crecente:

11. flanela
10. chapéus
9. guitarras
8. uma ‘partener’ boazona, hetero ou bi-curiosa
7. ‘macacões’ ou ‘jardineiras’
6. botas e casacos de motociclismo
5. coletes
4. corte de cabelo ‘lésbico’
3. tatuagens
2. t-shirt branca de alças
1. gravatas

Depois da reportagem, não os posso recomendar, mas diria que alguns acessórios listados me agradam, particularmente o 2º, e acho que ficaram esquecidos dois de extrema importância, e muito do meu agrado também: suspensórios (que foram o meu primeiro dos acessórios lésbicos) e a própria da moto!

Bons apontamentos, se conseguirem! :)

Saturday, April 21, 2007

A epifania no trauma!!

Eu tinha de traduzir esta notícia integralmente para vós, voyers do Eyes On, captardes todo o patético-hilariante da coisa...!! :)

"Pai diz que os filhos ficaram traumatizados com livro lésbico"

«(Bentonville, Arkansas) Um homem de Bentonville, Arkansas, está a exigir que o município lhe pague 14.710 euros pela dor e sofrimento nos seus filhos depois de terem descoberto um livro sobre sexo lésbico na sua biblioteca local. "(Eles ficaram) gravemente perturbados" disse Earl Adams na sua carta à cidade. "(Nós tivemos) muitas noites sem dormir na nossa casa."
Adams quer 7.355 euros por filho, o máximo permitido pela lei de obscenidade do Arkansas.Adams também quer que o município demita a directora da biblioteca Cindy Suter.

Os rapazes, com idades 14 e 16, depararam-se com o livro enquanto o de 14 estava à procura de matéria sobre academias militares. O livro, "The Whole Lesbian Sex Book", de Felice Newman, foi retirado para uma área inacessível depois da primeira queixa, e depois removido de todo na sequência de uma segunda queixa do homem.
Numa carta ao Mayor Bob McCaslin, Adams disse que o livro é "declaradamente ofensivo e desprovido de qualquer valor artístico, literário ou científico."Um advogado do município disse que a demanda monetária de Adams não tem mérito.


Sobre a remoção do livro, a biblioteca municipal disse que irá procurar por outro sobre lésbicas e se algo "mais apropriado" não for encontrado, "The Whole Lesbian Sex Book" irá ser reposto."Qualquer esforço para repor o livro irá ser confrontado com uma acção legal e protestos da comunidade Cristã" declarou Adams num e-mail ao jornal Morning News. O jornal disse que Adams pediu para responder a perguntas por e-mail porque temia ser mal citado.

Entretanto Suter anunciou a sua intenção em demitir-se definitivamente a 31 de Maio, mas ela disse ao Morning News que a decisão não teve nada a ver com a controvérsia. O trabalho é um part-time, e ela disse que precisa dedicar mais tempo ao seu negócio.»

O senhor com nome de chiclete deverá ter tentado ler o livro todo com muita atenção, senão não o teria reencontrado, surpeendentemente, depois daquele ter sido removido para uma área inacessível. E sobre as noites sem dormir... Bem devem ter sido dedicadas a discutir a área vocacional dos 'pequenos'. Abdicar de uma carreira militar pode muito bem ter chocado o senhor chiclete como se de um autêntico coming-out se tratásse!
Por aqui, para mais umas risadas cristãs!

Friday, April 20, 2007

ILGA Portugal prescreve boas práticas... Tomam-nas quem quiser.

Recentemente tem-se ouvido algumas alusões sérias (ou não tanto) ao tema da violência sobre homossexuais, sendo que nem toda pode ser classificada de homofobia – distingui-se a violência entre parceiros homossexuais, da violência de terceiros sobre homossexuais.

Antes de mais há que notar que o assunto não é simplesmente uma possibilidade a que responder eventual e excepcionalmente, uma suposição. Trata-se efectivamente de um problema real de segurança pública/privada, logo de defesa dos direitos de indivíduos, de comunidades, de cidadãos.
Não aconteceu, então, sem propósito, a emissão na passada segunda-feira, 16 de Abril, de uma “proposta de boas práticas para o relacionamento entre as forças e serviços de segurança e as cidadãs e os cidadãos LGBT” que a ILGA Portugal dirigiu a diversos responsáveis políticos nessa área em Portugal. O objectivo desta acção foi contribuir proveitosamente para “(...) a formação dos agentes policiais e a definição de um manual de boas práticas sobre como lidar com vítimas de incidentes motivados por homofobia (...)”.

São demasiado recentes os casos de um casal gay insultado por polícias, no Porto; uma onda de ataques a transexuais que no passado mês de Março assolou Lisboa, tendo os agressores passado impunes (tristes semelhanças com o caso da Gisberta); diversos ataques registados (quantos por registar?) a indivíduos homossexuais em Viseu nos anos passados; as injúrias de vizinhos que levaram a Teresa e a Lena a abandorarem a vida que levavam em Aveiro; a discriminação de duas alunas numa escola de Gaia; e uma infame declaração de magistrados que excluia a violência entre homossexuais decorrida no domicílio – arena sentimental privada – do conjunto de situações classificadas como violência doméstica, e sob os devidos parâmetros avaliada pela justiça.

Perante tais evidências, tardava realmente uma tomada de atitude do colectivo de cidadãos homo/bi/transexuais portugueses. Ela surgiu, então, sob a forma desta “declaração” da ILGA: “Só um bom conhecimento da realidade permitirá uma intervenção eficaz.
O Reino Unido já o havia feito, o Brasil, e penso que Espanha também. Estarmos mais atrasados no percurso para o casamento não tem de significar que deixemos de reivindicar outros direitos essenciais, sem termos de pagar ou penar por eles. Ninguém o faz, e nem a homo/bi/transexualidade é mais pecado que a heterossexualidade.

Thursday, April 19, 2007

Mercados que sabem ser coloridos

Num artigo sobre o nicho homossexual do mercado japonês divulga-se que haverá ali 2,74 milhões de pessoas LGBT, com um poder de compra conjunto estimado em 6,64 triliões de yen, o equivalente a todo o álcool consumido no Japão num ano!
Aparentemente é o facto dos casais homossexuais não terem filhos que lhes permite fazerem mais despezas para si mesmos. Homossexuais gastam mais 10.000 yen em cosméticos que heterossexuais, e mais 17.000 em viagens ao estrangeiro.

De modo geral, pode dizer-se que isto acontece nos restantes países desenvolvidos do mundo. O nível de vida das pessoas LGBT tende a ser notoriamente mais elevado que o da população heterossexual, por ser característico daquelas um maior poder de compra.
Mas este fenómeno não está simplesmente relacionado com a inexistência de filhos, e despezas inerentes, na maioria dos relacionamentos homossexuais: parece haver entre as populações LGBT um nível de estudos e apetências profissionais mais elevado que no da restante população.
Isto deve-se à noção meritocrata emergente de que a competência, mérito profissional e educação conseguem sobrepor-se às filosofias discriminatórias que alguns ‘patrões’ implementam nos seus negócios, e consequentemente resultará numa suposta subida das pessoas LGBT aos escalões profissionais mais elevados, cujas remunerações são maiores.

Daí que haja um nicho muito influente mas inexplorado de consumidores potencialmente muito generosos entre a população LGBT do mundo. Já se vai verificando a adesão de certos sectores de mercado aos públicos e gostos queer, com ofertas estratégicas de produtos ‘livres de discriminação’: turismo, habitação na reforma, automóveis, artigos de ‘aprumo’ pessoal, viagens exóticas, internet, literatura e audiovisuais, etc... Todos os dias o nicho LBGT expande-se a novos sectores de mercado.

Wednesday, April 18, 2007

Um nicho muito interessante! :)

Meus amigos e amigas, hoje em dia vende-se todo o tipo de styles-of-living, em soluções ready-made, às quais simplesmente se adiciona uma gota de água (ou outro líquido de base aquosa à vossa escolha!) e plim!

Nos Estados Unidos são, há muito, comuns nos estados mais a Sul as urbanizações destinadas a receber a população reformada, com estilo, espaço e qualidade de vida - seja qual for a ideia que ali vigora de 'qualidade de vida'. As tentativas de criar um espaço comunitário idêntico, mas destinado exclusivamente a homossexuais têm mais de 50 anos, mas foram sucessivamente abortadas pelo preconceito, e pelo 'escândalo' dos anos 80, o HIV... até recentemente.

Encontrar habitação de luxo para a reforma num lugal concebido para favorecer actividades sociais, culturais e desportivas parece até vir muito a calhar para aqueles que se acham isolados na sua nova realidade de desocupados permanentes, mais ainda quando se melhora as perspectivas românticas! Apetecível, ou não!?

Houve 3 pretendentes ao mais recente investimento nesta área, incluido a Olivia, empresa mais conhecida por proporcionar cruzeiros a lésbicas. Ganhou a RainbowVision, que já detém outros destes investimentos. Neste a activista, e lendária tenista, Billie Jean King será madrinha do Billie Jean King Fitness & Tennis Center a construir no condomínio, e fez a apologia da ideia: "Não é preciso ficar-se sozinha quando se envelhece. Há um sentido de segurança e esperança e escolha."

Mas agora o que interessa... cada condomínio ronda os 350 mil euros, o que não impediu 140 pessoas de, até Março, assinalarem a intenção de adquirir uma das 186 habitações, e 36 com prestação continua de assistência personalizada. Espera-se a inaugiração para 2008, embora o processo de avaliação das qualidades arquitectónicas dos edifícios esteja a ser custoso.

E que tal começarmos, por cá também, a pensar em formatos destes!? Would you dare!? ;)

Tuesday, April 17, 2007

Só razões para pôr a mula a trabalhar.

Passaram pouco mais de 2 semanas desde a emissão do último episódio da 4ª temporada da série The L Word, nos Estados Unidos.

Desta vez, substiste um sentido de completamento mais estável que nalguma outra temporada anterior. Quererá isto prenunciar o fim definitivo da série de culto que abalou heteros, lésbicas, gays e apreciadores de bons programas, pelo mundo inteiro?
Talvez não...
Apesar de encontrarmos determinadas personagens que nunca suporíamos a ‘assentar arraiais’ e aceitarem manter-se fieis aos relacionamentos a que consentiram, e a pessoas com quem se comprometeram em exclusivo, sabemos que certas personagens tiveram origens menos ‘coerentes’, e podem despoletar histórias em episódios vindouros; o personagem transexual, enquanto pessoa em transição, é também potenciador de possíveis novidades; o rol de personagens que se estrearam nesta série guardarão ainda segredos que poderão emergir em novas peripécias; e quem sabe das personagens que ainda estão por revelar-se.

O pioneirismo desta série não esteve apenas na encenação os quotidianos privados de algumas personagens lésbicas, ou por exibir cenas de sexo lésbico nunca antes ousadas em TV – reformulou efectivamente o modo como as cenas de sexo são/não-são coreografadas, filmadas e editadas, tendo-se alcançado estéticas genuinamente punjentes – mas também por trazer à luz das ondas hertzianas alguns exemplos de muitas realidades que permanecem escondidas da luz dos dias corridos, ainda por medo, também por vergonha, e por outros motivos imperiosos que ferem a dignidade de muitas pessoas cujas sexualidades representam sentenças sem justiça ou razão.

Enfim, não lamentemos se esta série se ficar por aqui. Ela foi determinante para abir muitos olhos e mentalidades, em Portugal e em todo o mundo.
E já agora aguardemos pela nova série de ‘orientação lésbica’ com estreia marcada nos Estados Unidos para dentro de poucas semanas: ‘Don’t Go’ promete ser “mais queer e arriscada que outras séries gays ou lésbicas que temos visto”, mas mantém o mesmo formato cénico: o grupo de amigas do condomínio em L.A. Haverá lésbicas-butch, advogadas, gays bissexuais, hermafroditas, casamentos arranjados... e mais, só vendo!

Monday, April 16, 2007

Muito Orgulho para paradear!

A pedido expresso da minha cara BF - e também porque já é tempo de divulgar - enumero de seguida os eventos que proximamente decorrerão em Portugal a propósito das celebrações do Orgulho LGBT, que são anualmente celebradas durante os meses de Junho e Julho - na continuidade do dia 28 de Junho, o Dia Mundial Do Orgulho LGBT:

23 de Junho, Lisboa (2007):
- Marcha do Orgulho LGBT (tarde: Marquês de Pombal/Praça da Figueira)
- Arraial Pride (noite)

7 de Julho, Porto (2007):
- 2ª Marcha do Orgulho LGBT (tarde: Campo 24 Agosto/Pr. D. João I)
- Pride Porto 2007 (noite: Teatro Sà da Bandeira)

E por Madrid não estar tão distante assim, cá fica o anúncio do EuroPride a decorrer este ano em naquela cidade a 30 de Junho.

Já falta pouco, 2 meses apenas! Ladies and gentlemen... Start your engines!

Sunday, April 15, 2007

Esperma de origem feminina

A notícia científica do ano!

Investigadores de uma universidade inglesa afirmam ter descoberto como criar espermatozoides a partir de células da medula óssea. As investigações, que por agora se limitam a testes em ratos de laboratório, acalentam as esperanças de casais lésbicos.

(...) Se a experiência tiver exito os casais de lésbicas poderiam ter filhos biológicos com óvulos de uma delas e o esperma da outra. Contudo, como aponta o Daily Mail, se se abusar da técnica os homens poderiam ser eliminados do processo preprodutivo.
Não obstante, para a professora Karim Nayernia do Instituto de Células Estaminais North-East Englad, o uso principal desta técnica seria dar filhos a homens inférteis.


Apesar de a técnica estar ainda em desenvolvimento, e de haver a limitação de o esperma feminino só vir a gerar crianças femininas, esta notícia representa sem dúvida uma nova esperança para muitas lésbicas, além dos casais com problemas de fertilidade.

E é nesse ponto que a avalização da técnica vai estar mais dependente das interpretações éticas que forem extrapoladas da descoberta: ainda se dita maioritariamente na europa, e mundo, que a assistência médica para a fertilidade deve favorecer casais heterossexuais. As leis portuguesas que regulamentam a procriação medicamente assistida barram homossexuais e pessoas solteiras de beneficiarem de ajuda para realizar esse objectivo: ter filhos.
Deseja-se, por isso, que esta técnica também não se torne exclusiva à heteronormatividade, já que é sabido haverem muitas lésbicas que desejariam conceber filhos seus por inteiro.

Friday, April 13, 2007

News Report!

Notícias raras por terras portuguesas. Felizes e evoluídas!

Divulgou hoje o 'Correio da Manhã' que o Director da cadeia televisiva SIC, Pinto Balsemão, autorizou a um funcionário, pivot da SIC Notícias, a regular lincença de casamento - (sem haver dedução no ordenado) - pela união deste com o seu namorado, no Canadá em Março último.

:) Boa Nuno D.! Muitos parabéns! :)

E imaginavam que 49% dos deputados no nosso parlamento são expressamente a favor do casamento entre homossexuais, contra 40% expressamente contra, e 11% sem opinião formada?

O Miguel Vale de Almeida, lúcido como sempre:

"Para que haja igualdade no acesso ao casamento civil basta fazer um acto legislativo muito simples: retirar a parte do artigo do Código Civil que refere pessoas de sexo diferente - fez-se em Espanha. Ou cumprir a Constituição - fez-se na África do Sul. Não custa dinheiro. Não tira direitos a ninguém. Não afecta os direitos de ninguém. E dá mais direitos a mais pessoas, com mais igualdade."

"(...) a ausência de dignidade para uma minoria significa ausência de dignidade para o todo."

"Homofóbicos ou equivocados, querem esquecer ou esquecem que igualar o acesso ao casamento civil é reconhecer igual dignidade, essa coisa "terrível" da... democracia."

Thursday, April 12, 2007

Todos a postos na parada!

Então é assim:

"Parada GLBT de São Paulo 2007"
Esta cidade vai celebrar o Orgulho LGBT durante todo o mês de Junho, destancando-se a parada do dia 10.

"O Primeiro Grande Encontro de Leitores e Fãs do UNV"
Este blog promoverá um jantar-convívio "durante a semana da Parada GLBT de São Paulo 2007, no dia 8/6, num jantar de confraternização em um aconchegante restaurante na capital paulista".
Procurem mais informações no blog Uva Na Vulva.

O UNV anuncia ainda uma 'caravana' que levará desde o Rio de Janeiro até São Paulo, em cruzeiro, aqueles que quiserem participar na Parada e jantar-convívio. Serviço completo lindamento empacotado em muitas cores garridas!

Desde aqui, Portugal, servirá porventura de ajuda para quem quiser celebrar o Orgulho Brasileiro, a assistência da Gay Travel Brasil, uma agência de viagens gay.

Boas paradas, muito orgulho!

Será que se lembram...

... da série animada Ren and Stimpy, ou nem deram por ela?

A RTP exibiu-a há uns 9 ou 10 anos, e desde então considero-a a animação mais desvairada, humorosa, inteligente e provocatória que chegou às TVs em anos recentes. As histórias e caricaturas absolutamente despreocupadas sobre se ofendiam alguém, eram engraçadas pelo simples gozo de rir, muito e alardemente. A imagética declaradamente retro-kitch, glam-decandente, muito inspirada na cultura hollywoodesca do período da guerra-fria, foi uma lição de estilo e história de arte no meu 10º ano, que nunca mais poderia esquecer. Enfim...
Foi criada em 1991 por John Kricfalusi que em 1997 desenhou um teledisco para a cantora Bjork, aquando do álbum que sucedeu o de debutante a solo. Foi para a canção “I Miss you”...
Com franqueza, as imagens e a música combinam na perfeição!

Bjork – “I miss you”, 1995 – ‘Post’

Wednesday, April 11, 2007

Lésbicas nepalesas escapam a captura

Tinha acabado de ter conhecimento através deste site, quando uma 'voyer' atenta, e atenciosa, do Eyes On me informou, através de outro comunicado, sobre a mesma notícia:

A caminho do trabalho - uma clínica de rastreio do HIV - duas mulheres suspeitas de serem lésbicas - 16 e 20 anos - foram capturadas e aprisionadas por guerrilheiros maoístas. Foram interrogadas durante 6 horas e submetidas a 'testes para se averiguar se eram lébicas. Desde aquele dia 2 de Março foram obrigadas a comportarem-se 'de modo heterossexual' e a treinar técnicas militares. Conseguiram fugir do campo militar e contactar a única organização LGBT do Nepal, a 'Blue Diamond Society'.
Os maoístas fazem parte da coligação no governo, e a sua líder, Hisila Yami, declarou, no mês passado, que 'não perseguiam homossexuais, mas também não encorajavam o seu comportamento'. Esta foi a reação às crescentes chamadas de atenção por parte da comunidade internacional para as violações dos direitos das minorias sexuais.

"Em Janeiro a Alta Comissária das N.U para os Direitos Humanos, Louise Arbour, criticou o novo governo nepalês por não pôr fim à discriminação contra a comunidade LGBT."
"Os membros da comunidade LBGT são arbitrariamente presos, deditos sem audiência e agredidos e torturados por guardas prisionais."
"No ano passado a polícia prendeu 26 transexuais numa só busca. De acordo com a Blue Diamond, foram levad@s para a esquadra central de Hanuman Dhoka, em Katmandu, onde ficaram detid@s durante semanas sem poderem contactar ninguém."
"A Blue Diamond também disse que os funcionários de projectos de prevenção do HIV são regularmente assediados pela polícia."
"No ano passado Nepal foi um dos vários países nomeados no relatório de violações dos direitos humanos do State Department (governo norte-americano)"

Monday, April 9, 2007

Eyes On Cyndi e as Verdadeiras Cores

"True Colors Tour 2007"

"A Campanha Pelos Direitos Humanos uniu forças com a lendária artista Cyndi Lauper para lançar uma torné nacional de apoio à igualdade de gays, lésbicas, bissexual e transexuais. A torné 'The True Colors 2007' irá apresentar Cyndi e outr@s artistas incríveis incluindo Erasure, Debbie Harry, The Dresden Dolls e Margaret Cho, bem como uma variedade de convidad@s especiais incluindo Rufus Wainwright em certas cidades. Adicionalmente, a CDH irá receber uma fracção de cada bilhete vendido."

"Cyndi Lauper é há muito uma apoiante da comunidade LGBT, e em particular da CDH. A sua motivação nesta torné surgiu do seu desejo de retribuir à comunidade o amor e apoio que lhe deram ao longo da sua carreira, enquanto juntou audiências homossexuais e heterossexuais no apoio pela igualdade.
Para mais informações acerca da torné por favor visite o site oficial em www.truecolorstour.com.
Veja a entrevista da MSNBC com Cyndi Lauper noToday Show, e ouçam-na cantar o seu clássico 'True Colors.'"

Bem, mais uma iniciativa que não vemos por cá, e que nem daqui se vê com binócolos... só com os 'eyes on the pride'!

IN YOUR FACES!!

"Novos Olhares: Minorias e Direitos Civis"

"A Secretaria de comunicação da ABGLT encaminhou para a direção do Programa Fantástico da Rede Globo felicitações pela divulgação do vídeo 'novos olhares: O preconceito', veiculado em cadeia nacional pela Rede Globo, no dia 08 de abril de 2007. O Video pode ser visto pelo endereço (http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM662511-7823-NOVOS+OLHARES+MINORIAS+E+DIREITOS+CIVIS,00.html) e mostra discussões sobre igualdade colocam em cheque a concepção de que o mundo contemporâneo é tolerante com diferenças. Moradores da periferia e gays falam de concessões impostas para que sejam integradas. Para Léo Mendes, secretário de comunicação " È fundamental que senadores do Brasil vejam o Video e entendam de uma vez que o país precisa de uma lei anti-homofobia nos moldes da lei antiracista". Léo Mendes - ( 062) 8405 2405"

APRENDAM ISTO, CARAMBA!

Sunday, April 8, 2007

Sobre a Perda

Elizabeth Kubler-Ross percebeu que quando alguém sofre uma perda, e sê se privado de alguma coisa ou pessoa que lhe eram significativas de algum modo, vê-se imergir num ‘tanque’ emocional que @ fará atravessar 5 etapas: negação, raiva, negociação, depressão, conciliação. Quando isto acontece, o processo de superação decorre de forma normal e termina na estabilização emocional da pessoa.

A história da Páscoa conta que depois de morrer, Jesus ressuscitou. Que tipo de emoção terá isto causado nos seus amigos? Voltar à ‘vida’, regressar a um mundo que se havia já abandonado definitivamente é autenticamente extra-humano, improvável sob todos os paradigmas da realidade. Em que mais momentos da humanidade, dos quotidianos modernos, se vê alguém confrontado com o regresso de alguém muito importante que já havia partido, para sempre? Que emoção se abate sobre alguém nesse momento?
É bem possível que a emoção decorrente dessa experiência seja a emoção religiosa essencial. Ser capaz de acreditar e de viver essa verdade impossível, sobrenatural será a verdadeira experiência religiosa.

Mas enfim, a ressureição é uma lenda religiosa, e termos contactos com pessoas já mortas é eresia para quase todas religiões – além de efectivamente impossível! O que significa que, depois da ressurreição de Jesus, não terá havido quem mais sentísse a verdadeira emoção religiosa (fantasmas e alucinações não estão na linha directa da experiência da perda; geralmente derivam da depressão). Quem quer ser crente, é-o sem nunca ter sentido, vivido. Razão pela qual não acredito, seria hipocrisia acreditar.

Negação, raiva, negociação, depressão, conciliação... exigem muito da minha humanidade. Só amar supera tudo, mas não acredito no pai natal.

Saturday, April 7, 2007

Merece menção, e aplausos

"Eritreia proíbe mutilação genital feminina"
no Público Online

"A Eritreia proibiu a mutilação genital feminina (MGF), uma prática que consiste na remoção do clítoris e que atinge 89 por cento das mulheres, islamizadas e cristianizadas, deste país africano."

"O código penal da Eritreia passa a punir, com efeitos desde 31 de Março, “quem exija, incite ou promova a excisão” de mutilar uma menina (a média de idades das vítimas situa-se entre os seis e os dez anos), mas também quem tenha conhecimento da prática e não informe as autoridades. (...)"

"(...) A Unicef estima que três milhões de meninas sejam mutiladas por ano e a Organização Mundial de Saúde contabiliza em 150 milhões o número de mulheres já excisadas. A prática persiste em 28 países, essencialmente localizados no continente africano."

Chega de encobrir a brutalidade da polícia!

Há poucas horas atrás dois cidadãos portugueses foram violentados nos seus direitos por polícias do Porto, supostos agentes do cumprimento das leis, e defesa da cidadania.

Mesmo que os sujeitos não fossem portugueses, mesmo que não fossem homossexuais... É da competência da PSP fazer o registo de uma ocorrência e receber uma queixa de quaisquer individuos. Por isso saltam à vista as culpas dos polícias neste caso:
1. são culpados de terem intervido inadvertidamente e molestado - com ofensas pessoais, acusações falsas e ameaças - o casal enquanto passeava na rua;
2. são culpados de intencionalmente não atenderem à queixa daqueles indivíduos contra os polícias que os molestaram e não actuarem em seu auxílio;
3. são culpados de intencionalmente encobrirem os crimes de colegas, e são cúmplices das suas acções homofóbicas;
4. são culpados de abusarem da autoridade que lhes foi conferida pelo Estado Português e de traírem a segurança pública.

A notícia foi divulgada pelo Público on line. Leiam-na integralmente aqui.

Friday, April 6, 2007

"Estreia programa gay via internet na China"

"Estreou nesta quinta-feira, 05/04, o primeiro programa gay transmitido pela internet na China. Tongxing Xinglian é o nome do programa que conta com apresentadores gays. O título é um jogo de palavras que significa algo como "pessoas que sofrem dos mesmos problemas e simpatizam umas com as outras".

"Estão previstos 13 episódios na primeira temporada no programa. O episódio de estréia contou com entrevista com a famosa cantora lésbica chinesa Qiao Qiao, com o apresentador Didier Zheng e com Shu Qi, assistente social que gosta de usar roupas femininas."

Thursday, April 5, 2007

Lesbofobia_6

Há alguns posts atrás compilei algumas notícias que resumiam situações de lesbofobia ocorridos num passado recente. Mas só no período da semana que passou reportaram-se em agências noticiosas lgbt, via internet, mais um ‘bom’ conjunto de casos de lesbofobia por esse mundo.
Cá vão as sinteses de 4 incidentes:

“México: expulsam uma aluna por condutas lésbicas numa escola de Tabasco”

Este caso aconteceu em Fevereiro passado. Uma coordenadora de escola expulsou, não pela primeira vez, uma aluna cujo comportamento durante os tempos livres foi vigiado, avaliado e julgado como ‘delinquente’. Em Outubro do ano passado ocorrência idêntica havia resultado na sanção de um grupo de raparigas, que incluiu ‘acompanhamento psicológico correctivo’. A comissão Estatal de Direitos Humanos foi alertada dos factos, e reagiu exigindo uma investigação rigorosa, uma sanção à funcionária e o regresso da aluna à escola.

“Lésbica Ugandina procura asilo nos Estados Unidos”

Eu odeei-me desde esse dia”. “Odeei a minha família por sujeitar-me a tamanha tortura, e contudo acharam que era um bom castigo para mim”.
Olivia Nabulwala refere-se à perseguição de que foi vítima pela família, quando souberam que era lésbica. Durante anos insultaram-na, e desta vez esmurraram-na, despiram-na, prenderam-na ao chão e escarneceram dela enquanto era violada por um estranho. Há mais de 10 anos que a perseguição motivada pela orientação sexual é aceite nos Estados Unidos como alegação de motivo em pedidos de asilo. No Uganda a homossexualidade é sujeita a pena de prisão entre 1 e 4 anos. Se Olivia não conseguir asilo, voltará para lá.

“Atletas profissionais lésbicas ainda lutam contra os estereótipos”

Uma treinadora de uma equipa de basquetebol feminino demitiu-se num momento decisivo da época desportiva, justificando-se com incompatibilidades com as jogadoras lésbicas da equipa. Estas situações iam acontecendo em surdina, nos bastidores do desporto, mas houve quem a processásse com queixas de discriminação. O desporto é habitualmente território propício a homofobias, mas já se notam algumas mudanças, em parte catalizadas por campanhas de consciencialização e leis anti-discriminatórias.

“Beijo lésbico em jornal de escola enfurece pais”

Um questionário sobre sexo anal, uma reportagem sobre um vibrador e uma fotografia de duas mulheres beijando-se sob um título “Porque os homens gostam de mulheres que gostam de mulheres”, foram demasiadas ‘provocações’ para os pais aguentarem. Alguns pais querem um debate público, por tratar-se de ‘pornografia acessível a crianças, à custa impostos dos contribuintes’. O director da escola admitiu que uma linha de decência e profissionalismo tinha sido ultrapassada, e debateu em privado o sucedido, enquanto que o conselheiro pelo jornal defendeu que a intenção era informar os alunos, em vez de chocar, embora fosse provável que causásse contovérsia. “Este é um lugar para os alunos expressarem a sua perspectiva e falarem sobre assuntos que os estão a incomodar” (...) “É algo que os pais esperam que os filhos ignorem até depois do casamento. (...)”

Para reportar situações de lesbofobia:
lesbophobie@sos-homophobie.org
ilga-portugal@ilga.org
umar.lisboa@netcabo.pt ou umarpt@netcabo.pt
homofobia@mail.pt

Outros recursos: Lesbofobia_1; Lesbofobia_2; Lesbofobia_3; Lesbofobia_4; Lesbofobia_5

Tuesday, April 3, 2007

Têm que conhecer...

Não apenas porque o Eyes On já foi clicado ali, mas porque há ultrajes em curso no Iraque.
E é preciso denunciar, como se faz noutros países, tão longíquos.

Conheçam o pior do mundo: Iraqui LGBT UK e UK Gay News (com fotos)

Territórios emocionais vs Territórios culturais

A notícia que transcrevo a seguir tem poucos dias. Por ser elucidativa e ‘povocatória’ que chegue, preferi abster-me de comentá-la, sintetiza-la, reduzi-la, e tentei simplesmente traduzi-la do modo mais adequado possível. Quase transparece Portugal.

“LÉSBICAS ÁRABES REÚNEM-SE EM ENCONTRO HISTÓRICO”
pela Associated Press, 28 de Março de 2007

“(Haifa, Israel) Lésbicas árabes desafiaram pacificamente os protestos de islamitas e um tabu social para reunirem-se num raro acontecimento público, quarta-feira, numa cidade do Norte de Israel.
“Muitas das participantes disseram sentir-se tristes por o único local suficientemente seguro para acolher uma conferência para mulheres homossexuais árabes ser na área judia de Haifa, que tem uma população mista de árabes e judeus. A maioria judia é genericamente tolerante da homossexualidade.
Esta conferência está a ser realizada, de algum modo, no exílio, apesar deste ser o nosso país” disse Yussef Abu Warda, um dramaturgo.
“Por a maioria ser empurrada para o fundo da clandestinidade, só 10 a 20 lésbicas árabes compareceram na conferência, disse a organização. Quase todas misturaram-se com as lésbicas israelitas e as mulheres heterossexuais árabes apoiantes, sem deixarem notar a sua presença.
Nós gostaríamos que todas as mulheres saíssem do armário – esse é o nosso papel. Nós trabalhamos para elas” disse Samira, de 31 anos, uma das organizadoras da conferência que compareceu com a sua namorada judia de Israel. Samira concordou ser identificada apenas pelo seu nome próprio, por temer represálias.
“No exterior do recinto da conferência, 20 mulheres com capuzes e vestes longas e largas protestaram com cartazes escritos: “Deus, nós pedimos-te que guies estas lésbicas pelo caminho da verdade”.
“A segurança era apertada. A comparência só por convite, e os repórteres não foram autorizados a tirar fotografias, usar gravadores ou identificar pessoas
“A metrópole secular de Isreal, Tel Aviv, é a casa de uma florescente comunidade homossexual. Jerusalem, com a sua grande parcela de judeus ortodoxos e ultra-ortodoxos, é fortemente contra a homossexualidade.
“A homossexualidade, que é estritamente proibida pelo Islão, é considerada tabu pela maioria dos cidadãos árabes de Israel que assomam 20% da população do país.
“Leitura de poesia, música e mulheres árabes rappers animaram a conferência, intitulada ‘Casa e Exílio na Experiência Queer’, organizada pela ASWAT, uma organização pelas lésbicas árabes de Israel, da Ala Oeste e Faixa de Gaza.
Nós estamos aqui para dizer que elas (lésbicas árabes) não estão sozinhas” disse Rawda Morcos, portavoz da ASWAT, uma de entre a minúscula minoria de mulheres árabes que são abertamente homossexuais. Morcos disse que o seu carro tinha sido vandalizado repetidamente e que ela recebeu telefonemas ameaçadores, em casa da sua família, depois da sua aldeia no Norte de Israel ter descoberto que ela era lésbica.
“Até a rapper Nahwa Abdul Aal, que actuou no encontro, não apoia isto. “Estar nesta conferência não mudou a minha forma de pensar” disse ela. “Ainda acho que é errado.”
“Samira, que tem uma dúzia de irmãos e irmãs, disse que contara a um mais novo que era lésbica dois anos antes. A novidade rapidamente propagou-se pela família, e a sua mãe de 70 anos sucumbiu a uma depressão, tendo suplicado à filha que mudásse. Mas eventualmente ela aceitou a homossexualidade da filha ‘à sua maneira’ empacotando grandes caixotes de comida para Samira sempre que esta a visitava. “A minha mãe disse ‘leva a comida, para ti a para a tua namorada’” recordou Samira, concordando ser identificada apenas pelo seu nome próprio, com medo de represálias. Alguns dos seus familiares nunca ultrapassaram a notícia. A sua irmã grávida disse-lhe que ela ‘nunca haveria de tocar nas crianças’.”

Monday, April 2, 2007

Lesbofobia_5

Lesbofobia interiorizada

A lesbofobia interiorizada é uma dimensão particularmente acutilante do fenómeno social que discrimina as lésbicas. Acontece quando o sentimento de ser-se lésbica é reprimido, por ser percebido como algo errado, ‘anormal’ ou indejesado – aquilo a que se chama homossexualidade egodistónica – ou quando se recorre à dissimulação de actos ou ideias perante pessoas, estranhas ou não, que expressamente apoiam esses mesmos equívocos. A este nível a experiência da própria sexualidade torna-se estigmatizante, o que torna a regularização do problema cada vez mais difícil.

Este post mostra que existem duas vertentes, ou dois vectores principais, segundo os quais a lesbofobia funciona:

1. quando as lésbicas interiorizam como ‘verdadeiro’ o equívoco heteronormativo generalizado pelas sociedades preconceituosas. Desta forma estão a avalizar um erro, porque não querem ‘opôr-se à maioria’ de opiniões, e autorizam-lhes uma suposta ‘superioridade’;

2. quando, reconhecendo a lesbofobia como efectivo mecanismo de repressão, adoptam-na como estratégia de sobrevivência ou dirigem-na sobre a sua ‘comunidade’ como estratégia de superiorização. Deste modo procuram garantir-se seguras da sua sexualidade – e de si – perante segund@s e teceir@s.

(...) Algunos rasgos de la lesbofobia internalizada nos resultan tan familiares que nosotras mismas los aceptamos como parte de una 'cultura lésbica'. (...)
(...) Reconocer el concepto de lesbofobia internalizada esa de trascendental importancia y es importante compartir ese reconocimiento con todas las lesbianas. (...)

Como se pode depreender, este problema acarreta consequências grandes e sérias na vida pessoal, íntima e social, das mulheres afectadas: quando a lesbofobia toma conta dos relacionamentos e afectos, dificilmente existirá e resistirá a harmonia pessoal e no par. Nesse instante a mulher deixou de ser simplesmente vítima de um preconceito alienígena – que lhe foi veiculado desde uma comunidade, onde se vê, acertadamente, inclusa, mas que distancia e reprova as lésbicas – e torna-se também agressora – porque se serve da arma arremessada contra ela para ripostar, sob instinto, contra uma comunidade onde se sente, equivocadamente, reclusa.

Para reportar situações de lesbofobia:
lesbophobie@sos-homophobie.org
ilga-portugal@ilga.org
umar.lisboa@netcabo.pt ou umarpt@netcabo.pt
homofobia@mail.pt

Outros recursos: Lesbofobia_1; Lesbofobia_2; Lesbofobia_3; Lesbofobia_4