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Monday, April 30, 2007

Lesbofobia_7

Discriminação na Universidade Chilena de Concepción

Duas alunas da Universidade cita foram expulsas, depois de humilhadas e insultadas, pelos seguranças da casa de estudo onde se encontravam. Estes alegaram que elas se comportaram de modo imoral, e que o regulamento indica a expulsão em tal caso. Mencionaram também que ‘naquele lugar passam crianças’.

A associação lésbica ‘Mafalda’ tomou conta da queixa das alunas, estranhou a contradição dos actos para com o lema da Universidade: desenvolver livremente o espírito. Convocaram um protesto diante da Universidade, e exigiram reunir com o director Sergio Lavanchy para exigir a substituição preventida e punitiva dos guardas alegando “princípios éticos”.

Ao mesmo tempo, o governo chileno move-se na direcção de aprovar uma lei de união civil entre homossexuais, com deputados e senadores a subscrever um documento iniciado pela associação Movilh, em que colaboraram advogados e professores académicos. O intuito foi acelerar os compromissos assumidos no programa presidencial.

Esta notícia toca-me especialmente. Quando eu andava na faculdade podia namorar onde quisesse, escola ou casa, e podia levar para o apartamento onde vivia, e que partilhava com outras, quem eu quisesse fossem que horas fossem, mesmo que não se tratásse de outra aluna da Universidade. As minhas colegas partilhavam da minha vida sentimental, tanto quanto eu partilhava das delas, e penso mesmo que até a encarregada do edifício conhecia os/as amores de todas nós. Foi, como deveria ser para toda a gente, o melhor momento da minha vida, e não um momento de refrear emoções ou conhecimentos.

Para reportar situações de lesbofobia:
lesbophobie@sos-homophobie.org
ilga-portugal@ilga.org
umar.lisboa@netcabo.pt ou umarpt@netcabo.pt
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Thursday, April 5, 2007

Lesbofobia_6

Há alguns posts atrás compilei algumas notícias que resumiam situações de lesbofobia ocorridos num passado recente. Mas só no período da semana que passou reportaram-se em agências noticiosas lgbt, via internet, mais um ‘bom’ conjunto de casos de lesbofobia por esse mundo.
Cá vão as sinteses de 4 incidentes:

“México: expulsam uma aluna por condutas lésbicas numa escola de Tabasco”

Este caso aconteceu em Fevereiro passado. Uma coordenadora de escola expulsou, não pela primeira vez, uma aluna cujo comportamento durante os tempos livres foi vigiado, avaliado e julgado como ‘delinquente’. Em Outubro do ano passado ocorrência idêntica havia resultado na sanção de um grupo de raparigas, que incluiu ‘acompanhamento psicológico correctivo’. A comissão Estatal de Direitos Humanos foi alertada dos factos, e reagiu exigindo uma investigação rigorosa, uma sanção à funcionária e o regresso da aluna à escola.

“Lésbica Ugandina procura asilo nos Estados Unidos”

Eu odeei-me desde esse dia”. “Odeei a minha família por sujeitar-me a tamanha tortura, e contudo acharam que era um bom castigo para mim”.
Olivia Nabulwala refere-se à perseguição de que foi vítima pela família, quando souberam que era lésbica. Durante anos insultaram-na, e desta vez esmurraram-na, despiram-na, prenderam-na ao chão e escarneceram dela enquanto era violada por um estranho. Há mais de 10 anos que a perseguição motivada pela orientação sexual é aceite nos Estados Unidos como alegação de motivo em pedidos de asilo. No Uganda a homossexualidade é sujeita a pena de prisão entre 1 e 4 anos. Se Olivia não conseguir asilo, voltará para lá.

“Atletas profissionais lésbicas ainda lutam contra os estereótipos”

Uma treinadora de uma equipa de basquetebol feminino demitiu-se num momento decisivo da época desportiva, justificando-se com incompatibilidades com as jogadoras lésbicas da equipa. Estas situações iam acontecendo em surdina, nos bastidores do desporto, mas houve quem a processásse com queixas de discriminação. O desporto é habitualmente território propício a homofobias, mas já se notam algumas mudanças, em parte catalizadas por campanhas de consciencialização e leis anti-discriminatórias.

“Beijo lésbico em jornal de escola enfurece pais”

Um questionário sobre sexo anal, uma reportagem sobre um vibrador e uma fotografia de duas mulheres beijando-se sob um título “Porque os homens gostam de mulheres que gostam de mulheres”, foram demasiadas ‘provocações’ para os pais aguentarem. Alguns pais querem um debate público, por tratar-se de ‘pornografia acessível a crianças, à custa impostos dos contribuintes’. O director da escola admitiu que uma linha de decência e profissionalismo tinha sido ultrapassada, e debateu em privado o sucedido, enquanto que o conselheiro pelo jornal defendeu que a intenção era informar os alunos, em vez de chocar, embora fosse provável que causásse contovérsia. “Este é um lugar para os alunos expressarem a sua perspectiva e falarem sobre assuntos que os estão a incomodar” (...) “É algo que os pais esperam que os filhos ignorem até depois do casamento. (...)”

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Monday, April 2, 2007

Lesbofobia_5

Lesbofobia interiorizada

A lesbofobia interiorizada é uma dimensão particularmente acutilante do fenómeno social que discrimina as lésbicas. Acontece quando o sentimento de ser-se lésbica é reprimido, por ser percebido como algo errado, ‘anormal’ ou indejesado – aquilo a que se chama homossexualidade egodistónica – ou quando se recorre à dissimulação de actos ou ideias perante pessoas, estranhas ou não, que expressamente apoiam esses mesmos equívocos. A este nível a experiência da própria sexualidade torna-se estigmatizante, o que torna a regularização do problema cada vez mais difícil.

Este post mostra que existem duas vertentes, ou dois vectores principais, segundo os quais a lesbofobia funciona:

1. quando as lésbicas interiorizam como ‘verdadeiro’ o equívoco heteronormativo generalizado pelas sociedades preconceituosas. Desta forma estão a avalizar um erro, porque não querem ‘opôr-se à maioria’ de opiniões, e autorizam-lhes uma suposta ‘superioridade’;

2. quando, reconhecendo a lesbofobia como efectivo mecanismo de repressão, adoptam-na como estratégia de sobrevivência ou dirigem-na sobre a sua ‘comunidade’ como estratégia de superiorização. Deste modo procuram garantir-se seguras da sua sexualidade – e de si – perante segund@s e teceir@s.

(...) Algunos rasgos de la lesbofobia internalizada nos resultan tan familiares que nosotras mismas los aceptamos como parte de una 'cultura lésbica'. (...)
(...) Reconocer el concepto de lesbofobia internalizada esa de trascendental importancia y es importante compartir ese reconocimiento con todas las lesbianas. (...)

Como se pode depreender, este problema acarreta consequências grandes e sérias na vida pessoal, íntima e social, das mulheres afectadas: quando a lesbofobia toma conta dos relacionamentos e afectos, dificilmente existirá e resistirá a harmonia pessoal e no par. Nesse instante a mulher deixou de ser simplesmente vítima de um preconceito alienígena – que lhe foi veiculado desde uma comunidade, onde se vê, acertadamente, inclusa, mas que distancia e reprova as lésbicas – e torna-se também agressora – porque se serve da arma arremessada contra ela para ripostar, sob instinto, contra uma comunidade onde se sente, equivocadamente, reclusa.

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Sunday, March 11, 2007

Lesbofobia_4

Situações passadas

2007, Fevereiro – Chile: Dois casais de jovens lésbicas denunciam à associação LGBT chilena ‘Movimiento de Integración y Liberación Homosexual’ que foram advertidas, de modo grosseiro, para não trocarem afectos nos espaços do parque de diversões Fantasilandia.

2007, Fevereiro – Irlanda: Juntas há 20 anos e casadas no Canadá em 2003, duas lésbicas Irlandesas foram impedidas pela justiça irlandesa de declarar rendimentos em conjunto, e viram a sua união, legal e regular, perder efeito. Recorreram da decisão jurídica, reclamando inconstitucionalidade, e novamente ficaram a perder.

2004, Junho – Espanha: duas lésbicas retiraram-se de um bar de Getaria, depois de terem sido insultadas pelos clientes. Foram perseguidas ainda, pela dona do estabelecimento, que proferiu insultos muito grosseiros. Fizeram uma denúncia a uma associação de defesa dos direitos LGBT, que solicitou à dona do bar que se identificásse. Os dados que esta lhes entregou eram falsos.

2000 – Brasil (7 relatos diferentes):
1. bar em Brasília explusa lésbica por beijo na boca;
2. lésbica e militante é ameaçada de morte, em Minas Gerais;
3. lésbica é drogada num bar e assaltada em casa, no Rio de Janeiro;
4. lésbica de 41 anos é violada no local de trabalho, São Paulo;
5. lésbicas são impedidas de registarem-se num motel, São Paulo;
6. casal de 24 e 38 anos ganha indemnização por injúrias, ameaças e boicote, Rio Grande do Sul;
7. Compaq discrimina lésbicas na internet

1999 – Chile: num esforço para que o governo revogásse a lei que considera a homossexualidade atentatória dos ‘bons costumes’, duas lésbicas lançaram numa rádio local uma campanha que recolheu milhares de apoios. Consequentemente tornaram-se vítimas de injúrias, perseguição, ameaças, tentativas de sequestro. Refugiaram-se na Argentina enquanto solicitaram asilo ao Canadá.

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Friday, March 9, 2007

Lesbofobia_3

Na 60ª sessão da Comissão pelo Direitos Humanos das Nações Unidas (Outubro de 2004) a ILGA International, em colaboração com a Swedish Association for Sexuality Education and RFSL, uma associação LGBT Sueca, emitiu um alerta para a situação de dupla discriminação a que estão sujeitas as mulheres lésbicas e bissexuais: “(...) De facto, as mulheres lésbicas e bissexuais de todo o mundo são as pessoas mais vulneráveis à perseguição por causa do seu género e da sua orientação sexual. Mesmo entre a maior parte dos grupos que se dedicam à defesa dos direitos das mulheres, aquelas que são lésbicas e bissexuais são descriminadas, as suas questões são geralmente descritas como disruptivas. (...)”.
Assim, ILGA e RFSL salientaram a urgência em integrar estas mulheres na marcha global pela total emancipação.

A oradora indiana participante na sessão admite que os atentados contra a sexualidade feminina não recebem nenhuma atenção na Índia. Referiu os riscos que correm as lésbicas indianas, pois entende-se que abdicaram do sistema familiar tradicional. Elas acabam por ficar desprovidas de apoio social.

A oradora do Zimbabue referiu que o racismo acresce como factor de discriminação das lésbicas em toda a África.

A oradora sueca lembrou que, mesmo depois de 25 anos de vigência de leis que garantem a plena igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres, estas auferem salários ainda 15% mais baixos que aqueles.

A oradora Suíça baseou num estudo norte-americano o facto das lésbicas serem mais maltratadas que os homens jovens, e mesmo os gays, incorrendo elas num maior risco de suicídio.

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Thursday, March 8, 2007

Lésbicas, e mulheres... como todas.

COLEGA Jaén celebra o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, apostando na visibilidade das mulheres lésbicas."

A delegação da associação LGBT espanhola COLEGA, da província andaluza de Jaén, fará das lésbicas o seu estandar-te para celebrar esta efeméride.
Serão levadas a cabo diversas iniciativas, que se iniciaram já na tarde da quarta-feira com a divulgação de uma campanha “MULHER LÉSBICA, AGORA TU”. Durante os próximos meses esta campanha percorrerá toda a província, para dar visibilidade às questões do lesbianismo.

Hoje terá início o “CICLO DE CINEMA SAI DO ARMÁRIO” – iniciativa apoiada pela Universidade e Município de Linares – que levará diversos filmes a várias localidades, e na capital distrital a associação “(...) participará de forma activa na manifestação convocada por colectivos de mulheres e homens pela igualdade real (...)”. A “CIBERACÇÃO PARA APOIAR MULHERES LÉSBICAS NO UGANDA” terá como finalidade divulgar informação recolhida pela Amnistia Internacional sobre um caso de perseguição e ameaças a 13 lésbicas: serão enviados e-mails e cartas às autoridades do Uganda “(...) com o objectivo de acabar com a hostilidade de que sofrem as lésbicas, gays, bissexuais e transexuais no Uganda de forma regular (...)”.

“CAMPAÑA “MUJER LESBIANA. AHORA TÚ”

Wednesday, March 7, 2007

Lesbofobia_2

No passado dia 27 de Fevereiro a associação espanhola JereLesGay (Asociación de Lesbianas, Gays, Transexuales y Bisexuales) divulgou um manifesto atribuindo ao machismo patriarcal homofóbico, que demarca a matriz subjacente da sociedade, a responsabilidade pela discriminação das lésbicas. Ali reivindicam que estas não mais sejam invisibilizadas e se escusem mais atitudes discriminatórias.
Defendem que importa sobretudo educar sobre os valores de igualdade e respeito pela diversidade sexual, de forma a erradicar “(...) os esterótipos e preconceitos que dão lugar à dita discriminação.

Como exemplo gritante de lesbofobia, a exclusão da candidatura para Miss America da pretendente pelo Estado de Nevada, depois de ter sido ‘apanhada’ a beijar outra mulher. Sem esperar pelo evento, o patriarcado penalizou-lhe a falta de feminilidade – considerado o factor primordial de avaliação nos ‘concursos de beleza’ – sendo ela lésbica, assim que se desvendou a verdade.

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Lésbica violada na África do Sul

Na África do Sul, uma mulher lésbica de 19 anos foi violada depois de sair de um bar acompanhada por 3 homens. Eles levaram-na para um descampado, dois deles dominaram-na no chão e violaram-na repetidamente, enquanto que o terceiro se evadia do local, depois de frustradas as suas tentativas de dissuasão dos outros dois. Alegadamente o que motivou os violadores foi a curiosidade: ‘como seria foder uma lésbica?’

Uma porta voz de um movimento de defesa das mulheres, Emelda Boikanyo, tentou diminuir a importância do caso: “O facto de que um deles tentou desencorajar os outros dois mostra que eles não são anormais. Eles são só violentos, agressivos e desordeiros.” Ainda acrescentou: “Eles são só maus elementos da nossa sociedade. Não é crime ser lésbica.

Estas declarações são severamente ofensivas para as lésbicas. Primeiro porque menorizar esta violência é admitir permissão às reincidências; Segundo porque não é normal ser-se anti-social, violento, agressivo, desordeiro... as lésbicas certamente não o são; Terceiro porque mesmo que o lesbianismo fosse ilegal na África do Sul, não caberia a 3 criminosos o julgamento e execução de uma qualquer pena; Quarto porque não é condigno diminuir a importância de uma agressão motivada por preconceitos e ódios irracionais que conseguem subsistir às leis mais ponderadas – é urgente educar os homens e as sociedades, mostrar-lhe que devem às mulheres o mesmo respeito que esperam para si. A perversão das ideias não absolve os genitais.

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Tuesday, March 6, 2007

Lesbofobia_1

Existe.

Refere-se a um tipo de discriminação muito grave que recai sobre as lésbicas, primeiro em razão da sua orientação sexual, que contradiz o ditame ‘heterossexual-normal’, e depois, e primordialmente, porque são mulheres. Uma dupla discriminação: homofobia e misoginia juntas podem acabar por agravar o sentimento de repúdio por estas mulheres. A gravidade dessa situação parece ser o motivo de se reportarem menos queixas por homofobia de mulheres que de homens.
Está a fazer 3 anos que um inquérito francês indicou que, de entre 1800 lésbicas, 57% sentiu lesbofobia; quase metade destas sentiu-o durante actividades quotidianas normais, e quase tantas em família; um quarto delas sentiu-o entre amigos e no emprego; 10% sentiu-o num enquadramento médico, com 4% a especificar as consultas de ginecologia. Uma análise detalhada destes dados será publicada durante este ano.

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