O movimento Riot Girl despontou muitos Ladyfest pelo mundo inteiro, festas destinadas a celebrar o potencial criativo e performativo da nova geração de mulheres feministas.
No Brasil, São Paulo, organizado pela Quitéria, decorre nos próximos dias 12, 13 e 14 de Outubro a terceira edição do Ladyfest Brasil, cujas mentoras são Elisa Gargiulo e Anelise Csapo. Sob o tema “Tire sua própria virgindade!” decorrerão actividades muitíssimo diversificadas - que é como deve ser - e na sua maioria gratuitos, ou quase. Encontrarão mais informações na programação do festival, e no site da organização.
Este filme de 2007 aborda os temas do feminismo e lesbianismo, no contexto do activismo – cívico e radical (mas não respectivamente). A variedade de personagens nucleares é interessante – a lésbica da ‘velha guarda’, lésbicas ‘riot’, a activista ‘novata’, a bissexual controladora, transexuais pré e non-op (Daniela Shea, o Max em The L word, faz uma aparição breve), a família regular – mas não se concentram todas na mensagem central que o filme quer transmitir: abaixo a preponderância DO ícone masculino.
Pouco mais que entertenimento juvenil, o filme tem o mérito de esclarecer sobre a história dos feminismos radicais, as origens e as seguidoras, sobre os conflitos entre causas feministas e causas homossexuais, sobre a variedade de reivindicações na família queer. Também merece menção a banda sonora, ela própria uma pequena lição de ‘girl empowerment’. Menos positivo é o retrato captado das tropelias emocionais (sem deixarem de ser verdadeiras) que parasitam as arenas do activismo; não há um erotismo pungente; fica aquém da qualidade imagética da banda desenhada, da qual só teria a ganhar (vale a Super 8 em alguns instantes).
Uma parte da equipa da qual nasceu este filme também produziu alguns outros ("Go Fish" - 1994, "The Watermelon Woman" - 1996) que assentam sobre os mesmos pressupostos, embora com resultados bastante diferentes (discursos mais herméticos). Em todos está patente o elo Guinevere Turner (que não guarda créditos como produtora, ainda que o seja, como também em The L Word).
Todos os debates são poucos em Portugal, mesmo que, consecutivamente, resultem numa marginal evolução (in)formativa das populações. E cá vai mais um, este ainda um bocadão longe de assomar-se a alguma ‘fractura’, mas querendo preencher uma lacuna (como todos os debates tentam, afinal de contas: nivelar facções). Quem promove é a Não Te Prives, que deixa no seu site o anúncio:
“Debate: Femininos no Masculino”
Qual a relação entre os homens e o feminismo? Será que o feminismo importa a tod@s? Podemos falar de homens feministas? Que espaço existe para feminismos no masculino em Portugal? Uma tertúlia para responder a estas e outras questões, aberta a todas as pessoas, com os convidados: - Bruno Sena Martins, antropólogo - João de Oliveira, investigador, ISCTE - José Manuel Pureza, FEUC - Paulo Jorge Vieira, geógrafo
Data e hora: 28 de Março, Quarta, 18h Local: Foyer do Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra ENTRADA LIVRE --- Aparece, traz amigas/os e divulga!