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Tuesday, June 5, 2007

Eyes On “Itty Bitty Titty Committee”

Este filme de 2007 aborda os temas do feminismo e lesbianismo, no contexto do activismo – cívico e radical (mas não respectivamente). A variedade de personagens nucleares é interessante – a lésbica da ‘velha guarda’, lésbicas ‘riot’, a activista ‘novata’, a bissexual controladora, transexuais pré e non-op (Daniela Shea, o Max em The L word, faz uma aparição breve), a família regular – mas não se concentram todas na mensagem central que o filme quer transmitir: abaixo a preponderância DO ícone masculino.

Pouco mais que entertenimento juvenil, o filme tem o mérito de esclarecer sobre a história dos feminismos radicais, as origens e as seguidoras, sobre os conflitos entre causas feministas e causas homossexuais, sobre a variedade de reivindicações na família queer. Também merece menção a banda sonora, ela própria uma pequena lição de ‘girl empowerment’.
Menos positivo é o retrato captado das tropelias emocionais (sem deixarem de ser verdadeiras) que parasitam as arenas do activismo; não há um erotismo pungente; fica aquém da qualidade imagética da banda desenhada, da qual só teria a ganhar (vale a Super 8 em alguns instantes).

Uma parte da equipa da qual nasceu este filme também produziu alguns outros ("Go Fish" - 1994, "The Watermelon Woman" - 1996) que assentam sobre os mesmos pressupostos, embora com resultados bastante diferentes (discursos mais herméticos). Em todos está patente o elo Guinevere Turner (que não guarda créditos como produtora, ainda que o seja, como também em The L Word).

Americana quase clitoriana.

Tuesday, May 1, 2007

ILGA Portugal voltou a debater transexualidade

Depois de um primeiro debate promovido pela ILGA Portugal e realizado no CCGL de Lisboa no dia 20 de Janeiro passado dedicado às reivindicações clínicas das pessoas transexuais quando em tratamentos de reassignação de sexo, seguiu-se um segundo debate no passado Sábado, dia 28, dedicado desta vez às reivindicações legais das mesmas pessoas quando se deparam com as dificuldades jurídicas que encontram ao mudar os dados do seu registo civil.

O debate será centrado na Lei de Identidade de Género reivindicada pela ILGA-Portugal, que, à semelhança do que aconteceu com a Lei de Identidade de Género recentemente aprovada em Espanha, resolveria os muitos obstáculos que os tribunais portugueses colocam a quem quer corrigir o seu sexo e nome legais, tornado os processos complexos, lentos, e excluindo arbitrariamente parte da população transsexual.

Tuesday, January 23, 2007

ILGA eleva a fasquia na transexualidade

A ILGA avança compassada mas firmemente na até agora inóspita problemática transexual em Portugal. O debate de sábado passado foi apenas introdutório; seguir-se-lhe-ão outros, designadamente abordando o plano jurídico/legal.

Desta vez o destaque foi para o plano médico – psiquiátrico/cirúrgico – como certificou o conjunto de oradores. 3 médicos do hospital de Santa Maria prestaram testemunhos muito irmanados, na maior parte das alíneas, e tristemente ultrapassados, dolorosamente orgulhosos de uma raíz-escola que propaga ‘misconceptions’ sem querer retratar-se. Distinguiu-se pela maior abertura, demarcando-se claramente dos colegas, o Dr. João Décio Ferreira. Ainda assim subsistiu o sabor a dogma religioso, que sobrepõe as assunções interiorizadas às observações comprovadas. A ‘escola’ demonstrou estar mais preocupada em formatar standards – nem sequer minimamente lógicos – e depois aplicar ou desaplica-los a quem lhes chega, que a entender a singularidade de cada caso, a diversidade no conjunto, e enriquecer-se nessa dialética. Senti inclusivamente algum preconceito homossexual, no que foi uma clamorosa incompreensão dos significados dos géneros, orientações sexuais e suas representações sociais.

Na assistência uma rica plateia, atenta e interventiva, foi a corajosa contraparte ao sentido opressivo dominante do discurso. Entre outras pessoas distiguiram-se os médicos do Hospital Júlio de Matos, prontíssimos a declarar maior humanidade no acompanhamento dos seus e para todo e qualquer paciente.
Findo o debate ficou a satisfatória impressão de que há uma luta a travar, de que há razões nas reivindicações e um futuro mais que justificado. Existe determinação e uma unidade a solidificar-se – ainda que com resíduos de alguma inércia e dispersão – a acalentar aquel@s que reivindicam iguais direitos e oportunidades, uma vida condigna enquanto pessoas.