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Tuesday, April 3, 2007

Territórios emocionais vs Territórios culturais

A notícia que transcrevo a seguir tem poucos dias. Por ser elucidativa e ‘povocatória’ que chegue, preferi abster-me de comentá-la, sintetiza-la, reduzi-la, e tentei simplesmente traduzi-la do modo mais adequado possível. Quase transparece Portugal.

“LÉSBICAS ÁRABES REÚNEM-SE EM ENCONTRO HISTÓRICO”
pela Associated Press, 28 de Março de 2007

“(Haifa, Israel) Lésbicas árabes desafiaram pacificamente os protestos de islamitas e um tabu social para reunirem-se num raro acontecimento público, quarta-feira, numa cidade do Norte de Israel.
“Muitas das participantes disseram sentir-se tristes por o único local suficientemente seguro para acolher uma conferência para mulheres homossexuais árabes ser na área judia de Haifa, que tem uma população mista de árabes e judeus. A maioria judia é genericamente tolerante da homossexualidade.
Esta conferência está a ser realizada, de algum modo, no exílio, apesar deste ser o nosso país” disse Yussef Abu Warda, um dramaturgo.
“Por a maioria ser empurrada para o fundo da clandestinidade, só 10 a 20 lésbicas árabes compareceram na conferência, disse a organização. Quase todas misturaram-se com as lésbicas israelitas e as mulheres heterossexuais árabes apoiantes, sem deixarem notar a sua presença.
Nós gostaríamos que todas as mulheres saíssem do armário – esse é o nosso papel. Nós trabalhamos para elas” disse Samira, de 31 anos, uma das organizadoras da conferência que compareceu com a sua namorada judia de Israel. Samira concordou ser identificada apenas pelo seu nome próprio, por temer represálias.
“No exterior do recinto da conferência, 20 mulheres com capuzes e vestes longas e largas protestaram com cartazes escritos: “Deus, nós pedimos-te que guies estas lésbicas pelo caminho da verdade”.
“A segurança era apertada. A comparência só por convite, e os repórteres não foram autorizados a tirar fotografias, usar gravadores ou identificar pessoas
“A metrópole secular de Isreal, Tel Aviv, é a casa de uma florescente comunidade homossexual. Jerusalem, com a sua grande parcela de judeus ortodoxos e ultra-ortodoxos, é fortemente contra a homossexualidade.
“A homossexualidade, que é estritamente proibida pelo Islão, é considerada tabu pela maioria dos cidadãos árabes de Israel que assomam 20% da população do país.
“Leitura de poesia, música e mulheres árabes rappers animaram a conferência, intitulada ‘Casa e Exílio na Experiência Queer’, organizada pela ASWAT, uma organização pelas lésbicas árabes de Israel, da Ala Oeste e Faixa de Gaza.
Nós estamos aqui para dizer que elas (lésbicas árabes) não estão sozinhas” disse Rawda Morcos, portavoz da ASWAT, uma de entre a minúscula minoria de mulheres árabes que são abertamente homossexuais. Morcos disse que o seu carro tinha sido vandalizado repetidamente e que ela recebeu telefonemas ameaçadores, em casa da sua família, depois da sua aldeia no Norte de Israel ter descoberto que ela era lésbica.
“Até a rapper Nahwa Abdul Aal, que actuou no encontro, não apoia isto. “Estar nesta conferência não mudou a minha forma de pensar” disse ela. “Ainda acho que é errado.”
“Samira, que tem uma dúzia de irmãos e irmãs, disse que contara a um mais novo que era lésbica dois anos antes. A novidade rapidamente propagou-se pela família, e a sua mãe de 70 anos sucumbiu a uma depressão, tendo suplicado à filha que mudásse. Mas eventualmente ela aceitou a homossexualidade da filha ‘à sua maneira’ empacotando grandes caixotes de comida para Samira sempre que esta a visitava. “A minha mãe disse ‘leva a comida, para ti a para a tua namorada’” recordou Samira, concordando ser identificada apenas pelo seu nome próprio, com medo de represálias. Alguns dos seus familiares nunca ultrapassaram a notícia. A sua irmã grávida disse-lhe que ela ‘nunca haveria de tocar nas crianças’.”

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