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Friday, August 24, 2007

"Jodie Foster fala sobre lesbianismo em entrevista"

"A próxima edição da revista norte-americana More trará uma entrevista com Jodie Foster onde a atriz fala sobre seu misterioso anel de compromisso que usa há anos, assim como sua companheira inseparável e suposta namorada, Cydney Bernard, sua vida pessoal e, possivelmente, sobre ser lésbica. Quando perguntada sobre o anel e sobre sua vida pessoal, Foster confessou ao repórter que sempre teve medo de que chegasse o momento de falar sobre sua vida pessoal.

"Minha vida é minha vida. Não vou mudar minha vida por ninguém, não tenho nenhum problema a respeito. Simplesmente não falo sobre minha saúde, meu pai, em quem votei ou o que penso sobre a pena de morte, porque vender isso a uma revista seria tratar de forma trivial a minha vida. Não tenho nenhum problema em que escrevam sobre ela, só que não vou levar minha família por este caminho", afirmou. Em outro momento da entrevista, quando o jornalista pergunta se a atriz é feliz com sua vida, Jodie revela ainda mais sobre os rumores de sua sexualidade. "Estou na Lua, faz dez anos que estava preocupada. Sempre me perguntava: 'Se faço isso, parecerá outra coisa? E serei feliz se não sou assim?'. Sou muito feliz com o que escolhi!", contou Foster à publicação.

A entrevista na íntegra será publicada na próxima edição da More, em setembro."

Sunday, June 10, 2007

Lesbianismo e heterossexismo na Educação Sexual

No site “Sexualidades no feminino”* encontra-se, de momento, um artigo que procura detectar o heterossexismo na educação sexual que se tenta leccionar em Portugal, nomedamente nos manuais mais divulgados (aqueles que, por consenso, foram considerados mais adequados pelos técnicos da Associação para o Planeamento da Família - APF): “Educação Sexual na Escola - Guia para Professores, Formadores e Educadores” (Frade, Marques, Alverca & Vilar, 2001) e “Para compreender a sexualidade” (López & Fuertes, 1999).

De modo geral – conclui-se no referido artigo – “(...) nestes dois livros existir uma atitude claramente positiva relativamente à homossexualidade, apesar das limitações analisadas.
Foram detectadas algumas, e relevantes – cada vez mais, quanto mais acutilante se torna a reivindicação pela devida igualdade plena de direitos entre hetero e homossexuais, mas também entre homens e mulheres – falhas nos conteúdos e objectivos propostos pelos referidos livros: “Uma das observações mais relevantes e transversais à leitura dos dois livros é a dificuldade em encontrar informação específica e detalhada sobre relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo.” ou ainda: “No caso de relações sexuais entre mulheres esta situação ainda é mais agravada porque todos os comportamentos seguros referidos pressupõem a existência de pénis na relação e respectiva utilização de preservativo. (...) Quem procurar informação sobre relações sexuais entre mulheres, práticas e riscos associados, dificilmente a encontrará na bibliografia académica e científica disponível. Esta informação só pode ser encontrada ao nível das associações de defesa dos direitos LGBT. No entanto, a informação produzida pelas associações não consegue ter uma divulgação abrangente (...) é procurada predominantemente por mulheres que se auto identificam como lésbicas, e não por mulheres que têm comportamentos sexuais com outras mulheres mas que não se auto identificam como lésbicas.

A vertente heterossexista que o artigo se propôs apontar inicialmente, centra-se sobretudo sobre a avaliação do segundo livro, onde predonima a noção de que as práticas sexuais, estímulos sexuais e riscos sexuais só acontecem quando existe um pénis, e/ou e uma vagina, na acção.
A avaliação final é que “(...) a informação sobre educação sexual apresentada de forma integrada, não separando as abordagens dos comportamentos considerados heterossexuais dos homossexuais, será a forma mais abrangente e respeitadora da diversidade da sexualidade humana.

Torna-se de facto importante olhar este artigo, ainda que tenha nele notado a ausência de qualquer preocupação relativa à transexualidade e identidade de género, temas que fazem parte da diversidade de repesentações e práticas da sexualidade humana. Além dessa, a mim sobra-me ainda a ideia de que faz falta, com urgência, que se apresente àquela APF e ao Ministério da Educação uma proposta de manual de Educação Sexual que seja elaborado no âmbito de um concílio pedagógico (por uma educação inclusiva da homossexualidade e transexualidade) mesmo que efémero, promovido pelas associações LGBT portuguesas.

*não confundir com “Sexualidade feminina”, de Isabel Freire.
O blog “Sexualidades no feminino” não é oficialmente afiliado do Clube Safo, mas é assumidamente operado por vozes, e como uma voz, do Clube, e apresenta com uma frequência alargada alguns artigos inéditos sobre temas variados, inclusos no Lesbianismo.

Friday, June 8, 2007

Eyes On “Aimeé & Jaguar”

É curiosa a coincidência do anúncio do ciclo de cinema lésbico por estes dias em que revisitei a minha ‘videoteca lésbica/LGBTQ’. Por muito extensa que essa lista vá ficando (já chegou a 180), há sempre uns quantos favoritos a que volto sempre, inevitalmente. O GRIP irá exibi-lo.

Aimeé & Jaguar”, filme alemão, estará, porventura, no topo desse lote restrito. Relata uma história verdadeira de amor entre a esposa de um oficial nazi e uma mulher judia da resistência alemã, durante os últimos meses da II Grande Guerra, numa Berlim em colapso total. Pungente e belo, este filme ilustra as extenções desconhecidas que se revelam no ser humano em tempo de guerra. Mais que um cenário improvável, o romance lésbico constitui o resgate seguro... o território ídilico do amor inatingível, a consumação da plenitude interdita, no meio de todo o grotesco bélico. O lesbianismo chega a ser secundarizado pela enormidade do contexto, o que não significa inexistência de cenas estimulantes! Significa sobretudo que o esforço com que o lesbianismo chega a vias de facto – por força das contrariedades – e então se eterniza, é a verdadeira emoção da história.
As interpretações soberbas sem excepção, a fotografia habilidosa, a ambiência de época é primorosa, o casting perfeito.

E para os voyers que já estão curiosos, cá vai um regalo para os olhos. E a seguir, ao videoclube!

Aimeé & Jaguar – 1999, de Max Färberböck, com Maria Schrader

Friday, December 8, 2006

Eyes on... “All is full is love”

ALL IS FULL OF LOVE” – Bjork, “Homogenic”,1999
Este video, da autoria de Chris Cunningham foi premiado incontáveis vezes, incluindo com o prémio de Melhor Video Musical de Fantasia no Fantasporto.

Depois de ouvida a faixa sonora, o realizador sintetizou as impressões que lhe haviam sido transmitidas pela cantora: ‘sexual’, ‘leite’, ‘estátuas chinesas, de porcelana branca, dura e gélida, que se diluem no amor erótico’, ‘cirurgia’, ‘luminosidade celestial’... Das fantasias tecnológicas do realizador já faziam parte as ideias de robótica e maquinaria industrial, a imagem da andróide produzida pela imaginação visionária de Fritz Lang em "Metrópolis", que explora a anatomia feminina expondo-a despida, logo erótica, e havia a vontade de dar ao video um visual antiquado, datado dos anos 70, sintéticos, estilizados e reluzentes em plásticos.

Durante toda a produção do video o resultado permanceu incógnito: havia muita incerteza sobre uma linha conceptual que não fora esclarecida desde o princípio, e estava emaranhada em referências extremamente díspares. Quando a produção chegou ao tratamento gráfico computorizado, uma identidade começou a distinguir-se e tornou-se mais fácil dirigir então o video para um resultado concreto. O resultado está à vista, e dispensa muitas palavras. No filme “I, Robot” a inspiração tem uma origem indubitável.

Duas androides identificadas como Bjork, assistem-se uma à outra no processo de criação, e animação. É clara a alusão à concepção intra-uterina já que as figuras são femininas, mas também à mecânica industrial, e à dependência de servo-mecanismos como interfaces da criação. As criaturas, que vemos trocarem palavras e actos de amor, subitamente convidam-se ao enlace erótico, impossível entre fetos ou entre maquinaria. Nesse instante somos desarmados pela supresa de verificar que existe penetração, que existe produção e troca de fluidos, que poderia existir fecundação, que existe consciência do momento, do amor, do sexo... existe deleite emocional e deleite físico.
O video aparentemente é acidentalmente lésbico, e inesperadamente emocional e quente... como não suporíamos serem os androides em ambiente acéptico. Mas duvidar de quê? Tudo está cheio de amor.