A Terra Prometida.
Proponho-vos o seguinte exercício mental: imaginem que estão a lêr a nova revista temática semanal de grande tiragem em Portugal, a LGBTQ, e que encontram o seguinte testemunho de uma leitora:
“(...) Pude melhorar tudo na minha vida desde que o nosso governo desbloqueou a questão do casamento entre homossexuais. Não estou casada ainda, mas já sinto diferenças tão grandes em tudo, que creio ter sido libertada uma nação – a nação lgbt – antes reprimida dentro de outra – Portugal.
Fomos apenas o sexto país a permitir que os homossexuais se casem e beneficiem dos mesmos direitos que os casais heterossexuais, mas a proximidade com Espanha, que já o havia feito há tempo que chegue, deixa-me entender a Península Ibérica como a Terra Prometida dos homossexuais.
Senão reparem; nasci na Guarda e formei-me no Porto, onde me conheci e dei a conhecer sexualmente; Com o início da actividade profissional, ganhei a oportunidade de trabalhar em Lisboa, o que acabou de me libertar de quaisquer sentimentos de exclusão relacionados com a minha sexualidade; agora que posso casar-me com a mulher que amo – ela vive em Barcelona – não encontro barreiras em aspecto nenhum da minha vida, e tenho gozado os fins de semana nas encostas vinhateiras do Douro profundo – numa estalagem que devem visitar, recuperada por dois amigos gay para turismo ecológico de habitação; Nas pequenas férias que vão surgindo ficamos em Madrid com @s amig@s e a cada visita redescobrimos a Chueca; nas férias grandes fazemos praia em Valência ou na Zambujeira do Mar.
E isto não é nada! Quando descobrimos que duas amigas alemãs vêm cá para uns cruzeiros Porto-Marrocos-Alicante-Barcelona, que desconhecíamos, já pensamos agendar um percurso Barcelona-Atenas em ocasião de Lua-de-Mel!
Não está tão gay-friendly a nossa península!? É um verdadeiro corropio, encontramos gente de todo o mundo a curtir esta Terra Prometida! (...)”
People, are you getting the picture!? Ou é preciso fazer mais ficção!? Estou aberta a mais ideias!