O ofício tem destas coisas... eróticas!
Trabalho novo: recuperação de edifício inacabado e incaracterizado, de hotel para hospital.
Em comentários sobre a estrutura o arquitecto referiu-a como esbelta, bem proporcionada apesar de grande, e a necessitar de um véu que a cubra, que realce o bom e esconda o mau... “transparente numas zonas e rendada de florzinhas onde não se pode deixar ver para dentro.”
E eu reajo:
- As zonas pudendas, portanto...
- Isso mesmo, as zonas pudendas da menina! – acrescenta o arquitecto.
- Ou seja, esse é um edifício erótico. – concluo com risos.
Silêncio por instantes...
E dispara a minha mente:
“Mas que problema têm estes gajos com o corpo feminino? Oh francamente... será que não têm carne, nem olhos? Que adianta fingirem-se púdicos, agora? Se no meu lugar estivesse um homem, a metáfora ter-se-ia rapidamente inflamado para uma conversa pornográfica, e aqui estão estes marmanjos cheios de reservas com a poesia erótica da arquitectura!”
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