A 'go getter' blog with a purpose - keep your eyes on it!

Thursday, May 31, 2007

Transexual agredida em Espanha por usar w.c. feminino

Uma transexual sofreu ontem feridas graves como consequência de dois golpes que recebeu num estabelecimento de Zaragoza. A polícia busca quatro pessoas, presumíveis autores da agressão.

A polícia local procura as quatro pessoas presumíveis autoras da agressão. Os factos ocorreram às 8 da manhã no bar Recanto Brasileiro de Zaragoza, e a vítima da agressão, de 58 anos, foi internada no Hospital Miguel Servet onde lhe trataram duas contusões, no peito e na perna direita.

Segundo testemunhas presenciais, o incidente ocorreu quando a vítima utilizou o w.c. de mulheres do estabelecimento e uma jovem que ali se encontrava alertou sobre o sexo biológico da outra utente. Em consequência disso, a jovem provocou a transexual e atirou-lhe um objecto contundente. Outras pessoas que a acompanhavam intervieram na agressão e atacaram com a arma branca da vítima, para que abandonásse o local antes da chegada da polícia.

A agredida, que não deu a conhecer a sua identidade, foi transportada para um centro de saúde onde ficou internada para observações. Fontes policiais informaram que estava fora de perigo. O Recanto Brasileiro é um bar ‘afterhours’, que também funciona como associação cultural brasileira e onde se servem especialidades gastronómicas e música deste país.

Segundo explicações do proprietário, tanto a vítima como os seus agressores “visitavam o bar pela primeira vez”, de modo que nem ele nem outros clientes conhecem as suas identidades. A polícia, que está à espera de autorização dos médicos para interrogar a agredida, já iniciou uma investigação para deter oa agressores.

Wednesday, May 30, 2007

Eyes On ‘Janela Aberta’

Com NOVO HORÁRIO:

Agora quinzenalmente, às quartas-feiras, entre as 19:00 e as 19:30, no Rádio Clube.
Aos habituais comentadores – um aniversariante ausente – juntou-se hoje a Rita Paulos, para conversarem sobre dois temas recentes e graves (como teima ser habitual, tristemente). Um reparo: meia hora já era pouco no horário semanal; agora é exagero!

- Notícia de destaque: O Arraial Pride, que seguir-se-á à Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, vai situar-se no ilustre Terreiro do Paço! É, simbolicamente, o epicentro da representatividade pública em Portugal. Oxalá queira simbolizar que ‘alguém’ com responsabilidades sociais/políticas está finalmente a prestar atenção às reivindicações dos direitos LGBT.

- A visita à Rússia do Primeiro Ministro José Sócrates iniciou-se no domingo em que uma demonstração pacífica pelos direitos dos homossexuais foi brutalmente reprimida em Moscovo. A polícia interveio quando extremistas desencadearam acções violentas, não para detê-los e proteger os marchantes, mas para detêr estes, entre os quais havia euro-deputados. Isto constitui um crime contra direitos humanos.
Na sequência destes acontecimentos, Sócrates (chefe do governo português, que vai presidir a União Europeia em Julho, em Ano Europeu pela Igualdade De Oportunidades Para Todos) não emitiu nenhum comentário que censurásse a actuação das autoridades moscovitas e russas, nomedamente no que respeita a actuação contra representantes da União Europeia – cuja presença teve pelo menos o mérito de ter impedido crimes mais trágicos. Declarou sim, não ter de cumprir o papel de moralizador enquanto em visita de Estado, preferindo concentrar-se nos dividendos comerciais que haveria a arrecadar.
Mais que vergonhoso, é comprometedor.

- Arrasta-se a proibição ilegal de que muitos gays se queixaram quando tentaram doar sangue. “O Instituto Português do Sangue tem competências e responsabilidades normativas e de coordenação da Medicina Transfusional.” Como tal, se nos seus estatutos é garantida a não discriminação do sangue doado por homossxeuais, é inadmissível que em muitos hospitais os homens sejam ainda questionados sobre a sua orientação sexual. Há que distinguir orientação sexual de práticas sexuais de risco, sendo facto que é maior o número de heterossexuais infectados com HIV e outras IST’s, que o que homossexuais. A acrescentar a este preconceito, ainda outro, paternalista, que olha para as mulheres – as lésbicas podem doar sangue – como cidadãs ‘bem comportadas’, cuja homossexualidade não é considerada comportamento de risco.

Se ainda querem programa para esta noite...

... o Chapitô e a Opus Gay convidam para uma tertúlia "multi-animada", para debater se "Há ou nao há literatura gay?"

Serão oradores: Eduardo Pitta - Escritor, poeta, ensaista, crítico literário do Público; António Serzedelo, Valter Filipe, e Eva Russo - cantora. Esta última irá actuar, mas também Ricardo, Sérgio & Vivianne - transformistas.

A entrada é livre, a partir das 21:30, no Chapitô, HOJE.

Identidade Social Sim, Separatismo Não!

Há já vários dias que encontro em vários sites internacionais de notícias de temática homossexual a notícia de que um 'empresário' inglês na Austrália recorreu aos tribunais para garantir que no seu bar gay não entre nenhuma pessoa heterossexual, ou sequer lésbicas.

O argumento que o motivou para tal medida - afastar a possibilidade de confrontos entre hetero e homossexuais, e proteger a privacidade destes - pode parecer-nos razoável, sem dúvida. E até mesmo sensato ou indispensável aos olhos daqueles que terão já passado por tais situações, mas promover uma política de separatismo parece-me errado em todos os sentidos: excluir heteros é tão reprovável quanto excluir homos, especialmente quando o argumento discriminador é moralista - e nas LGBTfobias/heterofobias é-o sempre.

Não quero com isto dizer que o apelo comercial tenha de ser equitativamente dirigido a todos os públicos. De facto, parece-me muito boa estratégia comercial explorar o nicho gay dos mercados, através de campanhas publicitárias (grandes e generalistas) que apelem à sensibilidade particular dos homossexuais. Mas adoptar esta política de verdadeiro separatismo só ajudará a transmitir a noção de que há diferenças cruciais a preservar, de entre as quais valores morais decorrentes de uma orientação sexual.
Não devemos esquecer que aquilo porque os homossexuais aspiram é que, em todas as sociedades, o seu 'padrão' se torne, relativamente àquele 'padrão' maior e pural, indestrinçável dele, e prolífico com ele.

Tuesday, May 29, 2007

Rugido das Panteras ouvido no Reino Unido/Rússia

"Portuguese Gay Group Slams Russia, the EU and Portugal’s PM Over Moscow Pride"

"Lisboa, 29 de Maio, 2007 - O grupo gay e lésbico Português Panteras Rosa disparou contra as autoridades Russas depois da violência do fim de semana em Moscovo durante a Marcha do Orgulho Gay.

E o grupo também protestou contra o silêncio tanto da União Europeia como do Primeiro Ministro Português José Sócrates, que esteve em Moscovo para conversações no Kremlin, ontem, com o Presidente Putin"

No restante desta notícia do UK GayNews lêem-se transcrições do Comunicado de Imprensa emitido pelo grupo, e divulgado no seu blog.

É preciso rugirmos mais alto, tod@s!

Transexual e esposa culpados de amar, no Paquistão

O MixBrasil conta assim:

"O tribunal paquistanês que deu o mandato de prisão, no dia 23/05, para o casal formado por uma mulher, Shahzina Tariq, e por um homem transexual, Shumail Raj, condenou-os a três anos de prisão por perjúrio, mas os obsolveu da acusação de "atos não-naturais" - nome dado à prática da homossexualidade - que pesava sobre eles.

O perjúrio foi considerado o fato do casal ter afirmado, perante à corte, que Shumail, 26 anos, era um homem. Como Shumail foi considerado mulher por médicos, o casamento será anulado."

A AG Magazine mostra reportagens cuidadas, quando as vítimas foram detidas antes e agora, condenadas.

Já o GayBarcelona deu uma paupérrima notícia aquando da detenção dos infelizes esposos, intitulada "Dos mujeres encarceladas por contraer matrimonio en Pakistán".

Justiça de homens, justiça de deuses... Tretas! Neste caso tudo o que se vê é injustiça!

“Médico condenado por induzir troca de sexo”

via MixBrasil

Segundo o jornal inglês The Guardian, Russel Reid, o mais conhecido especialista em transexualidade no Reino Unido, foi condenado por ter induzido cinco paciente a realizar cirurgia de mudança de sexo.

O Conselho Médico inglês condenou Russel, já aposentado, a só retomar seu trabalho sob condições estritas no próximo ano. A restrição principal é que Russel trabalhe apenas sob supervisão do órgão.


Na RainbowNetwork encontrarão a notícia com mais algum detalhe.

Monday, May 28, 2007

Workshop TRANS_Formação

O GRIP e a Rede Ex-Aequo promoverão um evento de esclarecimento e formação sobre Transexualidade que conta com a participação de toda a gente. É sugerido um aviso de comparência prévio, que podem fazer pelo endereço grip.ilga@gmail.com.

Estas iniciativas púbicas de reflexão sobre a transexualidade são raras, até há pouco inexistentes. De entre o expectro LGBT da população, a fracção T é a que conta ainda com menos atenção e dedicação. A ‘causa’ T difere da ‘causa’ LGB num ponto essencial: enquanto que os primeiros reclamam não serem diferenciados na qualidade de cidadãos (direitos iguais para todos), os segundos ainda reclamam o direito a definirem o seu sexo e nome conforme a sua identidade de género. E que há aí de problemático? No workshop encontrarão a resposta, ou mesmo várias.
Dada a seriedade do tema e a urgência em ‘trabalhar’ as noções – muitas no registo do preconceito, do tabu – que dele guarda a sociedade anónima (onde se integram ‘invisíveis’ @s cidadã@s trans), apelo ao interesse e disponibilidade de TOD@S.

No Porto, na ‘Maria vai com as outras’ (Rua do Almada), no dia 2 de Junho (próximo sábado), pelas 16 horas.

Sunday, May 27, 2007

"Aconteceu um segundo Stonewall"

esta tarde, em Moscovo.

Vários deputados europeus, e activistas pelos direitos dos homossexuais, incluindo o inglês Peter Tatchell, e o líder do movimento dos direitos dos homossexuais na Rússia, Nikolai Alexeyev, foram detidos esta tarde na parada de Orgulho Gay de Moscovo. Ao todo, cerca de vinte pessoas terão sido detidas, em consequência de confrontos entre os homossexuais na parada e manifestantes anti-gay conservadores, mas também com a polícia moscovita que interveio para perturbar e deter homossexuais.

Em edições anteriores os desfecho foi idêntico, mas esperava-se que este ano não houvesse problemas, mesmo depois da parada ter sido proibida. Em Varsóvia, Polónia - país da UE mas suficientemente próximo ideologicamente da Rússia para ainda sustentar uma posição política de repressão e perseguição da homossexualidade - uma parada recente correu muito bem, sem os confrontos que eram esperados.

Encontram aqui a cronologia dos acontecimentos.
Aqui, um video da tv francesa France 24.
Aqui outro video da tv Sky News.

Enganar a vida pelos olhos

Transformismo

Ou mais correntemente designado de ‘show drag queen/king’, vulgo ‘espectáculo de travecas’.
Termos são termos, mas há que considerar condignamente uma arte que ousa desconstruir a realidade percebida, e consegue ludibriar quem se der ao trabalho de a apreciar. É deslumbrante. Põe em causa as ‘evidências’, relativiza os determinismos biológicos, a ‘ordem natural’, baralha e volta a dar sobre o que representa um ‘género’, e as fronteiras imperceptíveis do que significa ser mulher/homem.

Sempre fui muito fã dos referidos shows, mas ao próprio do transformismo/transformação ninguém assiste em palco. Esse é o verdadeiro espectáculo, o melhor show de todos... a ‘performance’ de fazer-se credível. A tranformação perfeita, que não guarda testemunhas nem deixa vestígios.
Nesse momento os artistas forjam o espectáculo. Nesse momento oculto, surreal, abre-se uma linha paralela à realidade que se vai percorrer durante alguns vertiginosos minutos, como um equilibrismo.

Testemunhem esse momento no vídeo seguinte, e acreditem... tudo é realidade.

A transformação de Adrian L. Acosta


P.S.: Esta é uma arte performativa; não se compara à transexualidade.

Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Impressões

As minhas impressões sobre o debate são curtas, extremamente sintéticas, porque não sinto que mais seja preciso, ou possível, para transmitir aquilo inominável que ali aconteceu.
Podem entender a minha como uma impressão demasiado emocional – e de facto foi, mas não apenas (dediquei muita atenção a recolher apontamentos que me ajudassem a entender as matérias que motivaram o colóquio) – mas a verdade é que esperava por esta ocasião há 10 anos.
Desde o momento em que decidi assumir a minha sexualidade com a naturalidade com que ela me ‘calhou’, que procurei encontrar onde estivesse a ‘causa’, porque já a sentia sem a conhecer ainda. As pessoas, os argumentos, a história, os fundamentos. As explicações, as hipóteses, as leituras, novos termos com que alcançar evidências até então ocultas, distantes, imperceptíveis. Neste colóquio curei definitivamente o que restava dessa miopía de 10 anos. Venham mais colóquios para curar outras miopías.

- Ao longo de todo o dia terão estado presentes cerca de 100 pessoas.
- Tudo o que se disse foi significativo.
- Tudo o que se disse foi resumido e sintético.
- Tudo o que se disse foi pouco.
- Tudo o que se disse foi sentido com fulgor.
- Havia muito mais a dizer.
- O ambiente foi verdadeiramente são e progressista: não se sentiu a “desfazamento tremendo” dentro da realidade, qualquer fractura foi indetectável, uma promessa plausível de uma relidade melhor. Uma solidariedade (no sentido de solidez, integridade, unidade) com muito maior potencial.

Precede em Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel I; Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel II; e Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel III

Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel III

Painel III – “Família – casamento e parentalidade – e Consumo

Daniel Borrillo_Sobre o casamento gay/lésbico, o tema que tem causado maior celeuma é a hipótese de reprodução – natural, no pacto de géneros diferentes. Assim se coloca o Casamento no paradigma heterossexual. A emergência, e aceitação, das famílias que existem fora desse heteronormativismo coloca o ‘paradigma homossexual’ na ‘franja’ da modernidade. O matrimónio civil, engendrado outrora para satisfazer os ‘menos iguais’, tornou-se agora o privilégio da maioria, onde as franjas das sociedades modernas querem integrar-se. Mas persiste a tendência para privilegiar mais uns que outros. O paradigma vigente – heterossexual – contesta os discursos que surgirão quando se igualarem previlégios: “dois ‘pais’”; “duas ‘mães’” são novos conceitos que confundem as pessoas quanto ao papel dos cônjuges. Distinguir os pais pelos papéis de cônjuges é inadequado já. Não é simplesmente enquanto mães/pais que duas lésbicas/gays devem ser consentidos em matrimónio.

João Mouta_Esclareceu, desde logo, sobre os termos com que se aborda parentalidade, adopção e direitos no contexto homossexual. O grande obstáculo é cultural, e reside na mentalidade estabelecida que impede os homossexuais de alcançarem plena igualdade de direitos; que limita as hipóteses de uma criança ser acompanhada durante o crescimento em ambiente familiar; que não reconhece como família um casal homossexual. Para ser-se família o sexo dos cônjuges não interessa mais que o papel que cada um vai desempenhar no acompanhamento da criança. Do mesmo modo, ter gerado, ou não, a criança não condiciona o desempenho de quem deseja ser pai ou mãe, ou seja, assumir as funções paternal e maternal.

Lurdes Cunha_Intervenção pouco expansiva sobre ‘Consumo e Orientação Sexual’; cingiu-se a relembrar que no comércio não há distinção de valores ou direitos em função da sexualidade, e caso haja, a lei reserva o direito de qualquer sujeito reclamar.

Gabriela Moita _O ‘plano heterossexual’ da sociedade e cultura vigentes representa um desfazamento tremendo para com a realidade homossexual. Aquele ditame impõe parâmetros para ‘ser-se’, não admitindo que os homossexuais sejam o que/quem são. Isto é psiquicamente devastador, e parte do equívoco instituido de se pensar a homossexualidade pelos actos e mitos sexuais. Numa sociedade democrática – como a nossa procura ser – onde cidadania representa total indiferenciação perante a lei, admitir a realidade individual não passa por regulamentar a integração dos ‘diferentes’, mas alargar a moldura do significado de ser igual/indiferente.

Murta Rosa_Pronunciou algumas palavras em jeito de conclusão, ao que se seguiu a leitura de uma mesnagem, lacónica e insatisfatória, do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão (ausente), pela Coordenadora Nacional da Estrutura de Missão do AEIOP, Elza Pais (nesta altura já com um pin arco-íris na lapela!)

Miguel Vale de Almeida_Antes de propôr um debate entre os presentes, sintetizou o que de mais essencial e significativo se disse e pensou durante o colóquio: era a primeira vez que o Estado Português apoiava um evento sobre discriminações com base na orientação sexual; Portugal presidirá a União Europeia num momento em que o Estado Polaco promove discriminação homofóbica; desde logo, o Estado Português reconhece que existe um grave problema de homofobia; com justeza esse reconhecimento coincidiu com o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia; desse modo surgiam três protagonistas da luta contra a homofobia: movimentos sociais, partidos, Estado; só falta agir; está eminente o momento de ‘massa crítica’ que há-de catalizar à acção; deve comerça-se por repôr a igualdade de direitos, pelo Código Civil.

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Friday, May 25, 2007

Teresa e Helena recorrem para o Tribunal Constitucional

"Foi já no passado dia 1 de Fevereiro de 2006 que a Teresa e a Lena se apresentaram na 7ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa para requererem o início do processo do seu casamento.

Contudo, tal pretensão foi-lhes liminarmente recusada pelo Sr. Conservador (...)
"

"(...) Teresa e a Lena finalmente puderam e, por isso, acabam de interpor recurso para o Tribunal Constitucional, onde vão requer a declaração de inconstitucionalidade dos artigos do Código Civil cuja actual formulação as tem impedido de contrair casamento uma com a outra."

Eu diria que, ou elas só vão ter uma resposta lá para 2010, ou todos nós vamos tê-la mais cedo! Oxalá!

Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel II

Painel II – “Retratos da Homofobia em Portugal

Fernando Gomes da CGTP e Manuela Carrito da UGT_Pronunciaram-se sobre a atenção que ambos partidos colocam nas questões de discriminações e denúncias por homofobia em ambiente laboral. Existem mais das primeiras que das segundas, de modo que fica comprometida a aferição e regularização das situações, na medida em que deixa de ser punida a discriminação homofóbica enquanto crime laboral.

Paulo Vieira_Sobre a ‘Ruralidade’, destacou um inquérito ainda recente sobre a homossexualidade em ambiente rural. A ‘ruralidade’ conduz a um tipo particular de homofobia, sintomática de uma desinformação e mal-estar com a própria sexualidade, Todos preconceitos abatem-se sobre o indivíduo. Este sintoma consegue ultrapassar os limites físicos do território rural: ele existe onde quer que as populações manifestem inaptidão para a diversidade na sociedade. Por isso é possível encontrá-la também na metrópole, onde a homossexualidade é mais visível; no ‘campo’ a homossexualidade é dissimulada ao máximo.

Rita Paulos_Estatísticas recentes indicam que os homossexuais mais jovens correm riscos graves no momento em que se confrontam com a homossexualidade: o risco de perturbações psicológicas é 3 vezes maior que noutras circunstâncias. Tais dificuldades emocionais decorrem de, na maioria dos casos, não se partilhar o facto com a família, ter-se sentido discriminação na escola, e encarar-se fixamente o suicídio. Soluções efectivas não passam exclusivamente pelos jovens: devem ser-lhes proporcionados ambientes não hostís, onde encontrem apoio, modelos, e informação; exigi-se que se puna efectivamente a homofobia e todas as discriminações; recomenda-se que o Estado acolha os jovens que precisam refugiar-se de ambientes homofóbicos; que se formem os funcionários pela não-discriminação; e que se veicule nos média informação isenta de preconceitos.

Fernanda Câncio_Sobre como os média se tornaram um dos campos de batalha no ‘debate’ sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo. De tal modo, que quando os jornalistas decidem enunciar opiniões próprias, por vezes tomando posições na luta, vêem o seu trabalho atacado como ‘não jornalismo’. Esse é então um jornalismo de causas. Quando a causa é a orientação sexual, em específico, aquele empenhamento profissional é discriminado, também com homofobia. Mas a verdade é que divulgar casos e falar sobre questões é contribuir para a inclusão e despreconceito, tão clamorosamente urgentes.

Precede em Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel I

Eyes On Skyler Cooper

Importada do blog da Jasmyne A. Cannick, esta lésbica butch promete ser a 'next big thing' a chegar às TV, telas e palcos. Já tem o meu voto para o que quiser! :)
Vamos ouvir falar muito dela!




Hometown: NYC
Age: Yet to be determined, lol. Seriously, though I'm still trying to figure that out! I'll let you know when I do.
Single, Dating, or Married: Single.
Children? Yes, No, In the Future: In the future.
Occupation: Actor/personal trainer.
What's your favorite color? Well, I have favorite colors for different things. I can't be surrounded by one color. I'd feel like I was in a scene from "The Wiz!" Okay to wear: blue. What's your favorite food? Anything that taste good.
L Word or Girlfriends? Sure why not. (smirk) When you watch television what do you watch? My guilty pleasures of late have been "I Love New York” and old episodes of "I Dream of Jeannie."
Do you prefer fem or butch women and why? Hahaha. Well, I love them both. I love the feminine in fem. It’s powerful and causes worlds to collide. The strongest man on earth cannot match the power of a fem woman. Whether the fem be straight, bi or gay. I love the fem for what they give me too, especially when I look at them! Yeah, let’s just say they give me lots of, uhhhmm... joy.
I love butch women for what they represent. Unfortunately I believe butch woman have not been properly understood. There are hordes of stereotypes about them in the media and our communities that don't represent what I call butch. With that said this is what I love about butch woman. They have a natural marrying of masculinity and femininity in a woman's body. It’s the essence of the two genders carried by a woman. It’s spectacular to see. A pure anomaly of nature.
Love em’ both. For the record though I am a serial fem dater. Sorry butchies...lol.
Favorite body part and why? Well I'm assuming this question is about someone I like.... It’s seasonal. This season it’s the boobs. Last season it was bootie. I love the shape of a woman’s breast. They’re hot!!!
As Black a woman do you prefer nappy or straight hair and why? I will be "nappy" or bald, but I won't go straight ever again, excuse the pun. Wentthrough that phase. Done. Besides if you pull out a strand of your natural, it’s actually very very curly. I'm not gonna give a history lesson on where the word nappy came from. I find it fascinating that blacks are the only race on the planet that has this type of tightly curled hair. That is special to me! I ain’t straightening mine.
Who's in your iPod? Everything from Curtis Mayfield to Stone Temple Pilots. I'm very eclectic when itcomes to music.
Who's your favorite author and why? Anyone that can keep me turning the page.
What in your opinion are the biggest issues facing Black lesbians and your solutions if any? Our stories in film and theatre. The solution is coming. It’s called "Don't Go."
What’s your favorite quote? " It’s already done," my mother.
Top five places on the web? My email, MySpace, my email, MySpace, my email.

Thursday, May 24, 2007

Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel I

O colóquio que se realizou nas instalações da FLUP na semana passada, dia 17, assumiu, à partida, um curso e um discurso muito claro e conciso. Desde logo destacavam-se:
1. o programa ambicioso: intervenientes e temas
2. a circunstância: Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos (AEIOT); vésperas de tomada de posse da presidência da União Europeia pelo Estado Português; pioneirismo do estado enquanto “promotor” do colóquio; Dia Internacional de Luta contra a Homofobia.

Por serem apontamentos algo extensos, decidi apresentá-los parcelarmente, na ordem de um Painel temático de cada vez, seguindo-se por fim as minhas próprias impressões sobre o debate.

Abertura
Painel I – “Homo quê?

Dra. Elza Pais (EMAEIOT)_A abrir o colóquio apresentou as suas ideias sobre como a barreira homofóbica está a desafiar, com novos patamares políticos, as sociedades modernas, a sociedade Europeia. O primeiro dos mais significativos e urgentes é o patamar da palavra: pronunciar ‘lésbica’, ‘gay’, ‘bissexual’ e ‘transexual’ não veicula significados depreciativos, nem deve suscitar posturas diferenciadoras por parte de ninguém.

As palavras seguintes foram da Dra. Maria Barroso, cuja presença era inesperada, e trouxeram um caloroso incentivo.

Deborah Lambillotte_Relembrou os primórdios e fundamentos da ‘luta’ pelos direitos dos homossexuais. Referiu o estado actual (num contexto internacional) e declarou ainda que não haverá igualdade de direitos enquanto não houver para tod@s os direitos agora exclusivos de alguns. “LGBT rights are human rights”.

Paulo Côrte-Real_Intervenção muito guiada pelos marcos determinantes para o cumprimento da democracia na lei: as metas para a igualdade que já se transpuseram, e as que se menosprezaram com base em preconceitos. Discriminar é vergonhoso, e o Estado já o reconhece. Até que o reconheçamos tod@s e actuemos em conformidade, o estigma da vergonha persistirá como uma herança LGBT. Esta e outras más heranças institucionalizadas têm de mudar. Em Portugal a cronologia destas mudanças arranca só 7 anos depois da Revolução de 25 de Abril, em 1982, e só no segundo milénio ganha algum ímpeto gratificante.

Ana Cristina Santos_Centrou-se nas discriminações que visam aqueles susceptíveis de ataques fundamentados em preconceitos de género – ou seja, qualquer pessoa que não seja um homem heterossexual desde sempre [SEJA LÁ O QUE ISSO FÔR]. A avaliação das questões de género nas dinâmicas sociais/políticas/culturais advém dos estudos feministas [INCLUEM ACTUALMENTE O ÂMBITO DOS ESTUDOS ‘QUEER’ – DONDE NOS ÚLTIMOS TEMPOS A TRANSEXUALIDADE TEM OBTIDO, FINALMENTE, A DEVIDA ATENÇÃO]. Essa sombra invisível que penaliza quem não esteja conforme o ‘modelo’ é o antiquado ‘heteronormativismo’; só será dissipado quando for transgredido/transcendido.

Fabíola Cardoso_Salientou a importância do papel da educação para a formação de uma cidadania responsável. De todas as formas em que pode ser veiculada, a educação não deve ser afectada por preconceitos:
Formal – legislação vigente sobre educação e formação, etc.
Informal – conversas, casos, divulgação informal, etc...
Não-formal – ONG’s, associações, sub-delegações do Estado, etc...

Continua em Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel II; Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel III; e Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Impressões

Wednesday, May 23, 2007

39 mulheres assassinadas em Portugal


É sem dúvida difícil ignorar uma realidade tão chocante. E o portal LGBT espanhol 'NacionGay' não ficou indiferente.

Lamenta-se os desfechos que no ano passado não se poderam evitar. Há que evitar outros desde já.

Tuesday, May 22, 2007

"Fundada rede de organizações GLBT do Mercosul"

"Foi fundada em Rosário, Argentina, uma Rede de organizações GLBTs do Mercosul. O objetivo da rede é influir em relação á questão de direitos dos homossexuais no Mercosul, OEA e ONU; instalar em cada país um Dia Nacional contra Discriminação por Orientação Sexual; promover boa relação com os Ministérios locais e apoiar instituições regionais.

A fundação da Rede contou com assinaturas da Federação Argentina LGBT, da brasileira ABGLT, da chilena Movilh, dos coletivos de grupos gays do Uruguai e do Paraguai, da Rede Latina de Transexuais e da ILGA latina."

O que é o Mercosul?

"O Mercosul (em português: Mercado Comum do Sul, castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur) é a União Aduaneira (livre comércio intrazona e política comercial comum) de cinco países da América do Sul. Em sua formação original o bloco era composto por quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, aderindo a Venezuela, em julho de 2006."

Sessão Parlamentar de 17 de Maio de 2007

Podem vêr o video no blog da Cris

INTERVENÇÃO DO DEPUTADO PEDRO NUNO SANTOS (PS)
“Exmo Senhor Presidente da Assembleia da República, Exmas senhoras e senhores deputados,
17 de Maio, Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia; 2007 Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos. É neste contexto que importa lembrar o percurso percorrido, as vitórias alcançadas, o reconhecimento conseguido, e os direitos conquistados por todas e todos cidadãos que têm uma orientação sexual diferente da da maioria; mas também lembrar as derrotas diárias, a humilhação, a vergonha, a solidão, o sofrimento de tantos portugueses, de tantas lésbicas, de tantos gays, de amigos nossos, irmãs, irmãos, filhos ou primos. Neste dia importa gritar solidariedade e exigir igualdade para todos e todas. O combate contra todas as formas de discriminação deve ser sempre prioritário numa democracia. Sabemos todos que sem igualda de formal, sem igualdade na lei, nunca a conseguiremos na sociedade. Esse é sempre o peimeiro passo. Mas apesar de praticamente todas as formas de discriminação terem sido removidas do quadro jurídico português, há uma que persiste: a descriminação com base na orientação sexual. Os homossexuais portugueses não têm os mesmo direitos que os heterossexuais, e essa responsabilidade é do poder legislativo, essa responsabilidade é nossa. Muitas foram as vitórias alcançadas nos últimos anos. O Partido Socialista ou teve a iniciativa, ou teve um papel decisivo nessas vitórias. Foi assim nas Uniões de facto em 2001, e na revisão constitucional de 2004, que passou a reconhecer expressamente a proibição da discriminação em função da orientação sexual. Mas já nesta legislatura deram-se avanços importantes, há muito reivindicados pelo movimento LGBT português. A revisão do código penal que veio permitir a punição da discriminação com base na orientação sexual, e o agravamento das penas quando os crimes são motivados por ódio homofóbico; a ADSE que, ao contrário do que acontecia antes, abrange agora os casais homossexuais; ou a transposição da directiva europeia sobre igualdade no trabalho... são importantes e recentes exemplos do empenhamento do PS na luta contra a homofobia.
Mas apesar do progresso registado nos últimos anos, e da crescente consciencialização da necessidade de, numa democracia avançada, se assegurar a igualdade plena de direitos a todos e a todas cidadãs, a insistência de actos discriminatórios, de insitamento ao ódio ou à violência contra homossexuais, é infelizmente uma realidade ainda longe de desaparecer. Essa discriminação é sentida diariamente, por quem se vê impedido de visitar o seu ou a sua companheira ao hospital em caso de internamento, é sentido por alguns casais do mesmo sexo quando são confrontados com a dificuldade em conseguir um empréstimo, ou um seguro, ou um acesso à habitação social, ou a lares de terceira idade, apenas porque a sua relação não é reconhecida. É sentida por quem, quando o seu companheiro morre, é expulso da casa onde com ele viveu durante 30 anos porque não tem direitos sucessórios. Noutras vezes essa discriminação é exercida através do insulto ou da violência física. Que ninguém se esqueça da perseguição a homossexuais em Viseu, ou a morte da Gisberta, como exemplos paradigmáticos das formas violentas que a discriminação pode assumir.
Muito pode ser feito: instituir o dia 17 de Maio como o dia Nacional de Luta contra a homofobia; desenvolver campanhas de informação e divulgação contra a homofobia, com o objectivo de sensibilizar os cidadãos e cidadãs portuguesas para esta realidade, designadamente através de acções de formação junto dos públicos escolares, adoptar um manual de boas práticas que defina procedimentos e regras que permitam combater a discriminação que ainda existe em muitos serviços e organismos da administração pública.
O caminho faz-se caminhando. É verdade. Mas parte desse caminho terá de ser percorrido aqui, na sede do poder legislativo, na assembleia da República. Não conseguiremos nunca um combate eficaz contra a discriminação homofóbica enquanto houver discriminação na lei. Não é aceitável que alguns portugueses não tenham os mesmos direitos que a restante maioria. Não é compreensível que os casais do mesmo sexo que já cumpram os deveres exigidos aos casados de sexo diferente, não possam também usufruir dos direitos correspondentes. Chegou a hora de Portugal assumir de frente a última discriminação consagrada na nossa lei: a discriminação dos gays e lésbicas face ao casamento civil. Esse debate tem de ser feito, este debate não pode ser ignorado, nós temos a obrigação de não esquecer ninguém, de não deixar ninguém de fora, porque uma democracia avançada é uma democracia que não humilha os seus membros, é uma democracia que garante para as minorias os mesmos direitos que garante para a mioria, e todos nós, todos nós, pertencemos a uma qualquer minoria. Todos nós, todos nós caímos numa categoria alvo de discriminação. Defendermos os que são diferentes de nós é também defender os que são iguais a nós.
Muito obrigado”

PEDIDO DE ESCLARECIMENTO DA DEPUTADA HELENA PINTO (BE)
“Presidente da Assembleia da República, senhor Deputado Pedro Nuno,
Ao ouvir a sua intervenção daquela tribuna, ainda pensei que o senhor deputado vinha anunciar o agendamento da discussão sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Era isso que fazia falta neste debate. Como o senhor Deputado sabe, da parte do Bloco de Esquerda, que já apresentou um projecto de lei nesse sentido, estamos dispostos a contribuir para que de facto seja eliminada da nossa legislação a grande discriminação de muitas pessoas em função da sua orientação sexual, e inclusivamente está em contradição com aquilo que é o disposto na Constituição da República Portuguesa.
Por isso, senhor deputado, não posso deixar de lamentar que, da bancada do partido socialista, venha, e positivamente, um interesse em debater o tema, mas não venha a proposta do agendamento dessa questão, aqui, a plenário. É isso, é isso que faz falta para de facto eliminar de vez essa discriminação. O senhor Deputado disse: «Há discriminações que persistem na lei; e enquanto as discriminações existentes na própria lei não forem totalmente eliminadas, dando o sentido e o sinal de que é preciso mais mudanças no dia-a-dia e na vida concreta, na sociedade, não estamos a cumprir o nosso papel de legisladores».
Pois bem, senhor Deputado, daqui desafio a bancada do Partido Socialista: vamos agendar os projectos de lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo; vamos dar esse grande passo, aliás á semelhança daquilo que já acontece em outros países da Europa, e aqui também na nossa vizinha Espanha.
E gostaria de terminar saudando, saudando todos os activistas do movimento de gay e lésbico, saudando todos e todas aqueles que no dia-a-dia ainda sentem estas discriminações; e senhor Presidente, senhores Deputados e senhoras Deputadas: não são discriminações quaisquer. São discriminações que atingem profundamente a vida das pessoas; são discriminações que têm, infelizmente e nos últimos tempos, assumido proporções de violência dramática. Não podemos esquecer o assassinato que teve lugar no Porto, e que foi um assassinato em que se matou uma pessoa exactamente devido á sua condição da sua orientação sexual. É preciso dar estes sinais todos; é preciso continuar a luta no dia-a-dia; é preciso contra todos os actos discriminatórios; e reafirmo e com isto termino: o apelo do Bloco de Esquerda é que se assuma as responsabilidades, que se leve esta questão até ao fim.”

RESPOSTA DO DEPUTADO PEDRO NUNO SANTOS (PS)
“Senhora Deputada Helena Pinto, agradeço o seu pedido de esclarecimento.
É sabido que o Partido Socialista não tinha no seu programa eleitoral esse compromisso, mas é também sabido, que o Partido Socialista, tal como no passado, estará sempre na primeira linha da luta contra a homofobia, e contra qualquer discriminação, mesmo as que estejam previstas na lei. Foi assim que os Socialistas fizeram no resto da Europa, foi assim que os Socialistas fizeram em Portugal até agora, e de certeza que o Partido Socialista Português estará também na primeira linha da frente na luta contra todas as formas de discriminação homofóbicas, também na primeira linha da luta contra aquelas que persistem na lei.Muito obrigado”

Sunday, May 20, 2007

Ciclo sobre “pantojismo, pornografía y cultura gay”

Estudos 'porno-queer' em Andalucia

A Universidad Internacional de Andalucía (UNIA), que instituiu um programa cultural ‘Arteypensamiento’, promove na semana que vem – quarta, 23, a sexta, 25 – o ciclo “Crítica Queer. Narrativas disidentes e invención de subjetividad” preenchido com actividades diversas sob os temas “pantojismo, pornografía y estudios culturales desde una perspectivas homosexual”.

Este ciclo será dirigido por Beatriz Preciado (1970, licenciada em Filosofia, mestre em Filosofia Contemp. e Teoria de Género, doutora em Filosofia e Teoria da Arquitectura, activista Queer) decorrerá na Isla de la Cartuja, tanto no Teatro Central como na Reitoria da UNIA, e reparte-se por três núcleos de actividades: “Proust Y los Dioses Queer”; “Taller de pantojismo – Prácticas performativas de feminidad folclórica”; e um programa de conferências e leituras performativas.

Participar neste ciclo requer inscrição prévia.

Saturday, May 19, 2007

Arquitectos com Eyes On Lisboa - passado/futuro

Permitam-me uma perversão ao propósito primeiro deste blog, mas outro assunto que me é próximo, muito, suscita-me um pensamento...

Como me satisfaz verificar que, finalmente, já se vai reconhecendo, justamente, a importância do papel dos arquitectos no ordenamento social/político da 'coisa pública'!
Os principais grupos políticos de esquerda na corrida à municipalidade de Lisboa (os conhecidos até agora) contam com a participação de arquitectos, estrategicamente colocados em posição de visionarem nitidamente o panorama físico da urbe, e detentores de clara influência sobre as decisões que venham a tomar-se:

- Arqta. Helena Roseta (bastonária da Ordem) encabeça a primeira lista a candidatar-se (independente)
- Arqto. Manuel Salgado é segundo na lista de António Costa (PS)
- Arqto. Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles na lista de José Sá Fernandes (independente/BE)

Obviamente entende-se o porquê dos partidos terem-se 'munido' de arquitectos de reconhecido gabarito: a gestão urbanística/arquitectónica tem sofrido horrores nos últimos anos, o que tem custado à cidade uma perda real de património e oportunidades (encontrar-se-á, apesar de tudo, em situação menos grave que o Porto).

Bem hajam estes 'abrir de olhos', que prometem mudar as mentalidades, as probabilidades dum futuro menos pobre.

E pronto, the holidays are over!

Enfim, nada me impede de esperar ainda um 'Last good day of the year'...

Hei-de insuflar uma bolha brilhante, entre um expediente e outro, numa noite quente, para curtir esse 'feeling' neste registo 'crooner'.

Recordar sempre os 17s de Maio


Até 17 de Maio de 1990 a homossexualidade era cientificamente designada de 'homossexualismo', o termo médico para uma patologia psíquica.
Nesse dia a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão da ONU, declarou que a Homossexualidade não era efectivamente uma doença, condenando a 'homofobia médica'. "Desde a década de 90, os Conselhos regionais de Psicologia e de Medicina estão autorizados a cassar o registro dos profissionais que tentam abrir clínicas, tratar , curar ou prevenir a bi ou homossexualidade."
Para honrar a memória e acalentar frutos sobre esse dia a ILGA Internacional - associação de defesa dos direitos humanos dos LGBT's do mundo inteiro - apelou em 2005 à instituição de um dia dedicado a celebrar, no mundo inteiro, aquela conquista. O Dia Internacional Contra a Homofobia - International Day Against Homophobia (IDAHO).
Mesmo não sendo já objecto de perscrutação médica com intuito terapêutico, a homossexualidade ainda é considerada como maleita maldita em muitos países do mundo: Afeganistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irão, Mauritânia, Nigéria, Paquistão, Sudão e Yémen ainda adoptam como política de estado assassinar homossexuais.
As personalidades que actualmente alguns consideram mais inimigas dos homossexuais são, por ordem de relevância: o Papa Bento 16, o presidente norte-americano George W. Bush, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o vice primeiro-ministro e ministro da educação polaco Roman Giertych, o membro da assembleia filipina Bienvenido Abante.
A intenção do dia IDAHO não é exactamente a mesma das celebrações do Orgulho Gay. É antes expôr que "(...) na realidade é a homofobia que é vergonhosa e que deve ser desconstruída, na sua lógica social, e combatida abertamente."
Ontem este dia foi celebrado em Portugal com a realização de um colóquio, promovido pelo Estado Português, sobre Cidadania LGBT, onde muito se falou, também, de homofobia. Foi o primeiríssimo a decorrer neste enquadramento - decorre o Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Todos (Portugal assume a presidência da União Europeia neste ano).

Friday, May 11, 2007

PostIt

Este blog está oficialmente de férias.

Os caros voyers compreenderão... Já terão notado um ou outro sintoma de cansaço cruzar-se nestes bytes e pixels. Aguardem por novas cenas.

Até breve.

Sem filtro

"Love will tear us apart"



Os 'Nouvelle Vague' interpretam uma música original dos 'Joy Division'

Os 52 do Cairo... há 6 anos.

No dia 11 de Maio de 2001, 52 homens que festejavam num bar do Cairo foram aprisionados pela polícia.

Aqueles gays reuniam-se em festa, no barco Queen Boat, quando a polícia egípcia iniciou a 'rusga'. Levaram-nos para um presídio sob a acusação de 'debocheria recorrente' e 'comportamento obsceno'. Durante vários dias submeteram-nos a torturas como terem de passar 22 horas por dia em celas apertadas e sem camas, espancamentos, e exames médicos que provássem a sua homossexualidade.
Um cárcere de 5 meses antecedeu um julgamento de 15 minutos, que resultou em 21 homens condenados por 'prática corrente de debocheria', 1 por atentado à religião e outro, acusado de ser o líder do grupo, foi condenado pelas duas acusações. Seis meses depois as sentenças foram revogadas, e todos os prisioneiros libertados enquanto um novo julgamento se preparava. Todos acabaram finalmente livres, cumprindo os apelos da opinião pública e grupos de defesa de direitos humanos internacionais, que durante todo o tempo do caso pasmaram e apelaram por libertação.

O documentário "Dangerous Living: Coming Out in the Developing World", produzido pela After Stonewall, narra e desenvolve sobre este caso. Vi-o já há algum tempo, e recordo ter ficado muito impressionada com os testemunhos dos homens ainda aprisionados antes do primeiro julgamento.

Thursday, May 10, 2007

Apresenta-se homo-cidadania na 'academia'

Já foi anunciado noutros blogs, e vale a pena relembrar todos os dias enquanto não for dia D.

'COLÓQUIO TEMÁTICO SOBRE ORIENTAÇÃO SEXUAL'

"LGBT: cidadania plena para todos"
17 de Maio de 2007 - Anfiteatro III - Fac. de Letras da U. de Lisboa

"(...) O Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos pretende, como objectivo geral, sensibilizar a população para os benefícios de uma sociedade mais justa e solidária, através da promoção da igualdade e da não discriminação (...)"

"(...) O recente Eurobarómetro, que pretendeu avaliar a percepção da discriminação nos vários países da União Europeia demonstra que em Portugal a discriminação com base na Orientação Sexual é a mais gritante: 67% das pessoas inquiridas afirma que esta discriminação é generalizada, pelo que é fundamental combatê-la sem hesitações. Aliás, a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu da Igualdade de oportunidades para Todos (AEIOT) que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei. (...)"

(negrito meu)

Arquitecta para a Câmara de Lisboa

Merece uma menção da minha parte.

A 'minha' presidente anunciou a candidatura à Câmara de Lisboa. Admiro a sua coragem em querer assumir o encargo de curar, remendar, recuperar e renovar a municipalidade mais desgovernada do país. Tem de ter um grande orgulho em Lisboa e nos lisboetas para dar o passo que todas as forças políticas estão a evitar dar. São convições assim que vale a pena apoiar.
Pode ser um 'defeito de profissão', mas sempre achei que os arquitectos 'governam' melhor que ninguém. Muita sorte para ela.

Wednesday, May 9, 2007

Que tem isto de difícil?

Ontem um colega de trabalho faltou sem que nós esperássemos.

Foi à Conservatória do Registo Civil registar o casamento. Casa-se pela Igreja daqui a uns meses. E não lhe custou dores de cabeça, nem insultos e discriminações, nem perseguições irracionais, ou chatices outras.
Custou-lhe cento e pouco euros.

Que tem isto de difícil...? :(

Tuesday, May 8, 2007

Brasil a todo o gás para a Igualdade

via MixBrasil

"Governo Federal fará Conferência de Políticas Públicas GLB"

"ABGLT informa. A Secretaria Especial de Direitos Humanos anunciou nesta sexta-feira, 04/05, que o Governo Federal realizará entre 7 e 9 de dezembro deste ano em Brasília a I Conferencia Nacional de Políticas Públicas para GLBTs, a CNPP-GLBT.
Está prevista a realização de 27 conferências estaduais precedendo a I CNPP GLBT entre agosto e novembro."

O Comentário que se segue à notícia é totalmente certeiro, e aplica-se a quase qualquer país - temo que o nosso também...

(negrito meu)

A Isabel lançou o seu livro!

"FANTASIAS ERÓTICAS - Segredos das Mulheres Portuguesas"

«Com coragem e sem vergonha, as mulheres portuguesas despem-se de preconceitos e revelam aqui as suas fantasias sexuais. Contam as mil e uma noites da sua adolescência e idade adulta, recordam sonhos e fantasias, receios e valentias, desaires e ilusões, embaraços e convicções. Sempre na primeira pessoa, sem receios de críticas e julgamentos. Para estas mulheres, o sexo é público ou privado, com um parceiro de longa data ou um simples desconhecido, a três ou por troca de parceiros, ao ar livre, na igreja, lésbico, dominante ou dominador, exibicionista ou voyeur.»

Todas as informações no blog da Isabel!

Monday, May 7, 2007

Eyes On ‘Janela Aberta’

Agora que o horário do programa ‘Janela Aberta’ – emitido pela Rádio Clube – mudou, muito à minha conveniência, para as segundas-feiras às 19 horas, pude finalmente ouvir aquilo que se faz de gay-friendly em rádio, em Portugal. Três homossexuais conhecidos – Sara Martinho, Paulo Côrte-Real e Miguel Pinto – conversam semanalmente sobre actualidades diversas.

- Nesta emissão os temas abordados foram o resultado de ontem nas eleições presidenciais francesas – e como nota de rodapé, também as eleições na Madeira – que resultaram na ascenção à posição de Presidente da República de um direitista muito acérrimo e pouco evoluído... e homofóbico também.
- Sobre o protesto que um grupo gay da Bahia, Brasil, vai realizar daqui a dois dias, pela ocasião da visita de Ratzinger àquele país, referiu-se que existem muitos grupos homossexuais de inspiração católica pelo mundo fora, não sei se como aviso de que há muitos homossexuais mais a favor do Papa que contra. Mais flagrante parece-me a situação de serem justamente os homossexuais católicos quem mais razões tem para protestar, no Brasil ou noutro país. Na verdade podem mesmo ser justamente eles os que querem levar a cabo aqueles protestos. Pode parecer uma tolice inadmissível, mas é compreensível, já que a religião trai o humanismo que apregoa: serão os católicos mais devotos os primeiros a sentirem-se desapoiados pela sua fé, na contradição de terem de acreditar que é virtuoso amar o próximo como a si mesmo e verificarem que, de facto, é da sua fé que parte a força separatista mais grave e cínica contra os homossexuais – possivelmente como se sentem os gays de direita franceses.
- Depois a condenação da homofobia de estado que se implementou na Polónia, pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. A situação recente evoluiu subitamente depois de ter sido proibida a manifestação do orgulho gay por ocasião da Marcha de Varsóvia de 2005.
- E finalmente, o apoio que a maçonaria portuguesa manifestou à intenção de celebrar o centenário da República Portuguesa, em 2010 com uma lei para o casamento de homossexuais.

Saturday, May 5, 2007

Girls/Boys - Boys/Girls

Duas bandas, duas épocas, duas imagens, uma idea.

Androginia: "refere-se a dois conceitos: a mistura de características femininas e masculinas em um único ser, ou uma forma de descrever algo que não é nem masculino nem feminino."

Blur, 'Boys and Girls' - 1992


Garbage, 'Androgyny' - 2001


P.S.: Entre um e outro sons, prefiro os Blur! Muito mais esfuziantes na apologia da confusão! :)

Friday, May 4, 2007

Igreja Anglicana abre as portas do armário à Bíblia_2

A iniciativa anglicana ‘Would Jesus Descriminate’, de apologia à tolerância sexual, divulgou em 5 grandes cartazes 5 casos de passagens da Bíblia que são habitualmente abafadas pela linha ideológica dominante que é difundida como verdade moral na eucaristia cristã, às populações. Ora, é preciso ter em conta que afinal a Bíblia testemunha relações homossexuais, e louva o amor entre duas pessoas do mesmo sexo como um amor tão ou mais virtuoso que o amor heterossexual (onde o homem dominador é enaltecido).

- Jesus cura à distância o amante Judeu de um centurião Romano, cuja fé tão grande o impressiona;
- Recém-viúvas, Rute e Naomi renegam regressar ao jugo dos pais respectivos, juntam-se e trocam votos de fidelidade mútua;
- Jesus afirma que ‘ser eunuco desde o nascimento’ é ser previlegiado por Deus, sendo que à época a terminologia ‘nascer eunuco’ era uma sinónimo de ser homossexual;
- Jesus recebe em eucaristia um ‘eunuco’ assumido sem atentar à sua orientação sexual, mas apenas à qualidade da sua fé;
- o príncipe Jonathan apaixona-se pelo nómada David. O rei desaprova esta afeição em virtude dos atagonismos políticos com David, o que causa a fuga de Jonathan para perto de David.

Esta campanha foi, evidentemente, contestada por facções menos tolerantes, e houve até ataques aos cartazes que terão sido perpetrados por algum fundamentalista religioso.

Thursday, May 3, 2007

Igreja Anglicana abre as portas do armário à Bíblia_1

O arcebispo de Cantuária – o sumo-sacerdote da Igreja Anglicana – revelou recentemente, numa aula de teologia em Toronto, que ao contrário do que se cria a Bíblia afinal não condena a homossexualidade.

O livro sagrado dos cristãos ter-se-á esclarecido a Rowan Williams como a ninguém antes. Ao que parece, uma passagem na Epístola de São Paulo aos Romanos não é dedicada a condenar a sodomia (homossexualidade, como entendida ancestralmente – cheia de motivações maléficas, incitamento demoníaco, e etc...) mas a avisar os cristãos para não se presumirem virtuosos quando assistirem aos pecados dos outros. Paulo terá dito: “Homens cometem actos indecentes com outros homens e receberam em si mesmos a devida pena pela sua perversão”. O acebispo interpreta a frase assim: “Em caso qualquer que condenes outra pessoa, estás a condenar-te a ti mesmo”.

O tema da homossexualidade está a ameaçar a integridade da igreja anglicana. Desde há poucos anos que esta fé assumiu não discriminar as pessoas homossexuais, além de permitir que sacerdotes homossexuais conduzam a eucaristia, assim como mulheres. Os sacerdotes de África contestam abruptamente esta filosofia, e já ameaçaram com a cisão da igreja.
Mas o poder maior está nos países anglófonos, onde a aceitação da homossexualidade progride rapidamente.

A campanha anti-homofóbica ‘Would Jesus Descriminate’ (“E Jesus, discriminaria?”) que foi divulgada há poucas semanas é uma verdadeira apologia religiosa da homossexualidade.

Wednesday, May 2, 2007

"PAPA RESPEITE JESUS: RESPEITE OS GAYS!"

"GRUPO GAY DA BAHIA PROTESTA CONTRA O PAPA

Na hora da chegada de Bento XVI ao Brasil, homossexuais e simpatizantes fazem manifestação contra a visita do Papa em frente à Catedral de Salvador, com faixas e cartazes: JESUS NUNCA CONDENOU OS HOMOSSEXUAIS! PAPA RESPEITE JESUS: RESPEITE OS GAYS! CHEGA DE INQUISIÇÃO: O AMOR NÃO TEM SEXO! "No final do ato, serão queimados Documentos Papais contra a Homossexualidade e fotos do Inquisidor Ratzinger", afirma Marcelo Cerqueira, presidente do GGB. Dia 9 de maio, 4ª feira, 16hs. (...)

(...) Esta será a terceira vez que o Grupo Gay da Bahia, o mais antigo da América Latina, faz protestos contra a homofobia católica: quando das duas visitas de João Paulo II ao Brasil e nesta primeira visita de Bento XVI. "Não tememos a antipatia dos católicos mais fervorosos, pois grande parte dos cristãos, inclusive o Presidente Lula, discordam do Papa e dos Bispos quanto ao uso da camisinha. E a nossa Constituição proíbe qualquer tipo de preconceito, inclusive contra os homossexuais! Esperamos que Bento XVI, que teve de pedir desculpas aos muçulmanos por sua crítica a Maomé, peça perdão de joelhos aos homossexuais pois tem as mãos sujas de sangue de todos os gays e travesti assassinados!", completa o fundador do Grupo Gay da Bahia. "

pela ABGLT

Prémio Thinking Blogger

Na semana passada aconteceu-nos sermos agraciadas pelas senhoras Cuscas com um ‘Thinking Blogger Award’. A distinção, embora meramente informal, é um sinal muito satisfatório, e lisonjeiro, de que há uma audência que preza ‘a ideia’ e valoriza o conteúdo do Eyes On The Pride.

Agora ficamos incumbidas de enumerar aqueles blogs que também nos fazem pensar. E, da parte que me toca, os blogs que mais activam o meu processador são (sem uma ordem necessariamente hierárquica):

Os Tempos Que Correm’, de Miguel Vale de Almeida
Sexualidade Feminina’, de Isabel Freire
Random Precision’, de Luís Grave Rodrigues
Fishspeaker’ de Duncan Idaho e Siona
Renas e Veados’, de Boss

Tuesday, May 1, 2007

A República vai parir um bluf!?

O programa governativo que Sócrates apresentou aquando da assunção da presente legislatura assumia “(...) uma nova visão da organização social e a ambição de contribuir de forma decisiva para a sua concretização (...)”; comprometia-se em fazer uma “(...) análise política da evolução mais recente da situação das famílias em Portugal.”; reconhecia a “(...) diversidade das situações familiares, o que implica o estudo e acompanhamento das mudanças em curso na família e a definição de tipologias de intervenção adequadas.”; e declarava que “O Governo considera importante garantir a efectiva não discriminação das diferentes situações familiares (...)”.
E mesmo quando “O Governo assume integralmente as disposições constitucionais e as orientações da União Europeia em matéria de não discriminação com base na orientação sexual.” ele finda sem propôr medidas concretas para efectivar as ditas ‘disposições’, simplesmente propõe debate.

Desde então as incoerências. Mesmo:
- comprometido, desde o início, com o combate a todas as formas de discriminação social;
- assumindo a presidência da União Europeia no Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos;
- declarando que a regulamentação do casamento entre homossexuais haveria de seguir-se à regulamentação da IVG...

... o Governo atirou para a gaveta a proposta da ala jovem do PS de avançar para a regulamentação do casamento entre homossexuais, e furtou-se ao debate ‘programado’. (Fez pouca diferença que se dotásse (...) a juventude portuguesa dos instrumentos necessários para uma activa participação e intervenção social e cívica.” ou é promessa ainda em processamento).

Agora vislumbra-se nova miragem:
Presentear a República Portuguesa no ano do seu centésimo aniversário, 2010, com a regulamentação das uniões civis entre homossexuais, por fim. É uma habilidade de um governo que se submete a escrutínio público em 2009? Ou é uma brincadeira de mau gosto!?
A resposta está em 10% dos portugueses a quem este anúncio encarrega a responsabilidade de toda uma ideologia social/socialista, e o cumprimento de uma Constituição. Golpe baixo... mas mãos à obra! E haja seriedade e honra.

ILGA Portugal voltou a debater transexualidade

Depois de um primeiro debate promovido pela ILGA Portugal e realizado no CCGL de Lisboa no dia 20 de Janeiro passado dedicado às reivindicações clínicas das pessoas transexuais quando em tratamentos de reassignação de sexo, seguiu-se um segundo debate no passado Sábado, dia 28, dedicado desta vez às reivindicações legais das mesmas pessoas quando se deparam com as dificuldades jurídicas que encontram ao mudar os dados do seu registo civil.

O debate será centrado na Lei de Identidade de Género reivindicada pela ILGA-Portugal, que, à semelhança do que aconteceu com a Lei de Identidade de Género recentemente aprovada em Espanha, resolveria os muitos obstáculos que os tribunais portugueses colocam a quem quer corrigir o seu sexo e nome legais, tornado os processos complexos, lentos, e excluindo arbitrariamente parte da população transsexual.