Apontamentos_Colóquio “Cidadania LGBT”_Painel II
Painel II – “Retratos da Homofobia em Portugal”
Fernando Gomes da CGTP e Manuela Carrito da UGT_Pronunciaram-se sobre a atenção que ambos partidos colocam nas questões de discriminações e denúncias por homofobia em ambiente laboral. Existem mais das primeiras que das segundas, de modo que fica comprometida a aferição e regularização das situações, na medida em que deixa de ser punida a discriminação homofóbica enquanto crime laboral.
Paulo Vieira_Sobre a ‘Ruralidade’, destacou um inquérito ainda recente sobre a homossexualidade em ambiente rural. A ‘ruralidade’ conduz a um tipo particular de homofobia, sintomática de uma desinformação e mal-estar com a própria sexualidade, Todos preconceitos abatem-se sobre o indivíduo. Este sintoma consegue ultrapassar os limites físicos do território rural: ele existe onde quer que as populações manifestem inaptidão para a diversidade na sociedade. Por isso é possível encontrá-la também na metrópole, onde a homossexualidade é mais visível; no ‘campo’ a homossexualidade é dissimulada ao máximo.
Rita Paulos_Estatísticas recentes indicam que os homossexuais mais jovens correm riscos graves no momento em que se confrontam com a homossexualidade: o risco de perturbações psicológicas é 3 vezes maior que noutras circunstâncias. Tais dificuldades emocionais decorrem de, na maioria dos casos, não se partilhar o facto com a família, ter-se sentido discriminação na escola, e encarar-se fixamente o suicídio. Soluções efectivas não passam exclusivamente pelos jovens: devem ser-lhes proporcionados ambientes não hostís, onde encontrem apoio, modelos, e informação; exigi-se que se puna efectivamente a homofobia e todas as discriminações; recomenda-se que o Estado acolha os jovens que precisam refugiar-se de ambientes homofóbicos; que se formem os funcionários pela não-discriminação; e que se veicule nos média informação isenta de preconceitos.
Fernanda Câncio_Sobre como os média se tornaram um dos campos de batalha no ‘debate’ sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo. De tal modo, que quando os jornalistas decidem enunciar opiniões próprias, por vezes tomando posições na luta, vêem o seu trabalho atacado como ‘não jornalismo’. Esse é então um jornalismo de causas. Quando a causa é a orientação sexual, em específico, aquele empenhamento profissional é discriminado, também com homofobia. Mas a verdade é que divulgar casos e falar sobre questões é contribuir para a inclusão e despreconceito, tão clamorosamente urgentes.
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