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Tuesday, January 23, 2007

ILGA eleva a fasquia na transexualidade

A ILGA avança compassada mas firmemente na até agora inóspita problemática transexual em Portugal. O debate de sábado passado foi apenas introdutório; seguir-se-lhe-ão outros, designadamente abordando o plano jurídico/legal.

Desta vez o destaque foi para o plano médico – psiquiátrico/cirúrgico – como certificou o conjunto de oradores. 3 médicos do hospital de Santa Maria prestaram testemunhos muito irmanados, na maior parte das alíneas, e tristemente ultrapassados, dolorosamente orgulhosos de uma raíz-escola que propaga ‘misconceptions’ sem querer retratar-se. Distinguiu-se pela maior abertura, demarcando-se claramente dos colegas, o Dr. João Décio Ferreira. Ainda assim subsistiu o sabor a dogma religioso, que sobrepõe as assunções interiorizadas às observações comprovadas. A ‘escola’ demonstrou estar mais preocupada em formatar standards – nem sequer minimamente lógicos – e depois aplicar ou desaplica-los a quem lhes chega, que a entender a singularidade de cada caso, a diversidade no conjunto, e enriquecer-se nessa dialética. Senti inclusivamente algum preconceito homossexual, no que foi uma clamorosa incompreensão dos significados dos géneros, orientações sexuais e suas representações sociais.

Na assistência uma rica plateia, atenta e interventiva, foi a corajosa contraparte ao sentido opressivo dominante do discurso. Entre outras pessoas distiguiram-se os médicos do Hospital Júlio de Matos, prontíssimos a declarar maior humanidade no acompanhamento dos seus e para todo e qualquer paciente.
Findo o debate ficou a satisfatória impressão de que há uma luta a travar, de que há razões nas reivindicações e um futuro mais que justificado. Existe determinação e uma unidade a solidificar-se – ainda que com resíduos de alguma inércia e dispersão – a acalentar aquel@s que reivindicam iguais direitos e oportunidades, uma vida condigna enquanto pessoas.

2 comments:

Anonymous said...

Um antro de coisas más manifestadas nesse debate, traçadas como retoque final com a força dos que proporcionaram aquele debate e algumas caras que o sentiram mais intensamente. Foi perfeito o momento, tendo o sorriso final emergido numa forma tal que as lágrimas derramadas por tamanha frieza moldaram-se a si mesmas ^^

Grace said...

Olá Bruno, benvindo ao Eyes On. Bem, pelo que vejo a tua sensibilidade ao debate foi imensa, e com razões demais. Oxalá não se repitam as 'maledicências' que ali se ouviram... seria tão bom sinal!
Um abraço, volta sempre.