Lusofonia LGBT poderá integrar a ONU em breve – repto aos brasileiros
Cedo no passado mês de Dezembro foram integradas, enquanto consultoras, três organizações lgbt internacionais no Conselho Social e Económico das Nações Unidas (ECOSOC – Economic and Social Counsil). Anteriormente, as suas candidaturas tinham sido rejeitadas por parte do Comité das ONG’s deste mesmo Conselho.
O papel destas Organizações Não-Governamentais (ONG’s) no ECOSOC – composto por 54 estados membro das Nações Unidas – é contribuir com a sua aptidão para endereçar assuntos e problemas de justiça social, e chamar a atenção para aquelas violações dos direitos humanos motivadas pela orientação sexual ou identidade de género – descriminações várias, perseguições, crimes de ódio, etc... Também se incluem os direitos das mulheres, que, em certos países ainda são duramente descriminadas (as únicas ONG’s lgbt a ter anteriormente tido o estatuto consultivo no ECOSOC, a IWDL – International Wages Due Lesbians, norte-americana, e a COAL, Coalition of Activist Lesbians, australiana, representavam também os direitos das mulheres).
Assim, depois da ILGA Europa, em representação dos associados europeus da ILGA Internacional, da LBL em representação da Alemanha, e da LSVD Dinamarquesa, agora foi anunciada a possibilidade da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (ABGLT) juntar-se às três ONG’s iniciais.
Isto coloca a lusofonia lgbt-associativa num lugar de destaque na cena internacional pela reivindicação dos direitos das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros, a primeira associação não-europeia neste grupo.
Claro, não espanta que seja unicamente um esforço brasileiro. Do outro lado do atlântico opera-se uma admirável ‘revolução’ nos direitos humanos, através de acções trans-institucionais simples e justas que se têm reflectido no progresso social, e logo no económico. Lá caminha-se para o século XXI.
“A sua adicção à família das ONG’s das Nações Unidas traz mais credibilidade à própria UN. Esta decisão pavimenta o caminho para os grupos lgbt da África, Ásia, America Latina, a quem esperamos, no futuro, seja atribuido o estatuto consultivo, para que seja garantida na UN uma maior representatividade global das vozes lgbt.” Disse Adrian Coman, representante da Comissão Internacional de Gays e Lésbicas pelos Direitos Humanos (IGLHRC – International Gay and Lesbian Human Rights Commission).
Não me ocorre outra coisa neste momento senão apelar aos cidadãos lgbt brasileiros residentes em Portugal para que se organizem aqui numa associação lgbt própria, de modo a que prossigam o louvável percurso no activismo que tão bons resultados tem surtido além mar. Seria uma imperdível oportunidade para aprendermos convosco, e melhor seria ainda se podesse haver união dos vossos propósitos e esforços com os nossos. Desde já saibam que podem contar comigo!
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