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Monday, February 26, 2007

Oscar goes into ‘new-age’

Quem havia de dizer que edição dos Oscars a que assistimos ontem, a 79ª, haveria de tornar-se histórica!

A cerimónia desde cedo imbuiu-se de uma filosofia ‘new-age’ – não apenas pela nova ‘qualidade’ de humor, próprio de Ellen, tão distinto do habitual – que perdurou em crescendo até ao fim: assistiu-se a um manifesto ecológico, feminista e de visibilidade lésbica.

Ecológico na medida em que Al Gore ‘assambarcou’ as atenções mais importantes com a sua presença e com a sua causa ecológica vertida em documentário multi-nomeado (e agora multi-óscarizado) “Uma Verdade Inconveniente”;
Feminista porque a apresentação foi exemplarmente assegurada por uma mulher apenas pela segunda vez na história da cerimónia; também se notou um acréscimo na importância dos papéis interpretados por mulheres, mesmo que não sucedesse também nas categorias premiadas;
Da visibilidade lésbica nas pessoas da apresentadora Ellen, da premiada pela melhor canção original Melissa Ethridge, e da co-apresentadora Jodie Foster. Sinais subtis indicaram uma honesta solidariedade lésbica, sobretudo depois do beijo de Melissa à sua esposa: o sorriso incontido de Ellen e a atrapalhação encabulada de Jodie que se seguiram foram gritantes no silêncio do espanto que o beijo terá suscitado na plateia e pelo mundo inteiro. Em Portugal, que eu notásse, a reacção mais curiosa foi a tagarelice incontinente que contagiou os comentadores da TVI, na tentavita óbvia de abafar o mesmo desconforto. E nem uma palavra que ‘exorcizásse’ o esforço deles para tornar a situação ‘mais natural’: LÉSBICA!



Este foi o beijo homossexual mais visto na história das imagens em movimento. A cerimónia da entrega dos Oscars está entre os eventos televisivos mais vistos no mundo: 106 países, perto de 50 milhões de espectadores.

Como me alegrou ver as mentalidades ceder à evidência, catalizadas para a mudança em ‘tempo real’. É sobretudo importante que aconteça nos Estados Unidos, por este ser um país extremamente homofóbico, por o estado de Los Angeles resistir tanto à realidade gay, e pelo ‘star-sistem’ saber discriminar tão bem aquel@s que agitam as águas.

3 comments:

cuscavel said...

Gostei também do discurso de agradecimento da Melissa Ethridge. Especialmente quando diz "[Oscar]é o único homem que alguma vez vai entrar nu no meu quarto". :)

Anonymous said...

Acrecenta-se ainda o facto de ter sido a única a iniciar o discurso com o agradecimento à(ao) "espos@"!

Grace said...

Caríssimas, obrigada pelos comentários.

Sim, foram momentos inspiradores aqueles que Melissa protagonizou. Eu senti-me imensamente alegre, como se na 'nação gay' não houvesse distâncias nem diferenças culturais. O orgulho gay é transnacional, igual nos Estados Unidos e no mundo inteiro!