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Wednesday, February 14, 2007

Dia de quem namora.

Seja homem ou mulher.

De linguística não percebo nada, mas verifico que existe na língua portuguesa uma característica que pode dificultar qualquer mudança das matrizes e dinâmicas social/públicas em Portugal.

Trata-se do nosso idioma diferenciar os géneros masculino e feminino, sendo que aos substantivos que usamos para aglomerar sujeitos de ambos os géneros, ou uniformes, dá-se predominância ao masculino – atitude que reflete a toda a linha o androcentrismo misógino para que a humanidade moderna convergiu. Exemplo disto é falarmos em ‘Dia dos Namorados’ em vez de ‘Dia das Namoradas’. De facto, a expressão no feminimo pode ‘subverter' acentuadamente o significado da expressão usual, pelo que a evitamos, e isto acontece a todo o instante quando nos exprimimos, a ponto de já não notarmos sequer.

O idioma e como o usamos (a expressão verbal) são das marcas que mais vincam a identidade de um povo, que melhor refletem a cultura das comunidades. Assim, é bem provável que o peso do nosso idioma seja um obstáculo tácito, mas real, a algumas mudanças ‘culturais’ que urgem no nosso país. Pode ser que tenha já acontecido na discussão que antecedeu o referendo à IVG, e talvez novamente na altura de se falar das questões de não-discriminação dos homossexuais – no sentido de se regulamentar as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, a adopção e a reprodução medicamente assistida para pessoas homossexuais.

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