E que tal uma lei que me ‘cidadanize’!?
Do muito pouco que sei de jurisprudência, ainda percebo que o propósito mais básico de uma lei é apoiar os cidadãos no seu exercício de uma cidadania responsável e livre. E se existem cidadãos desapoiados e prejudicados na sua integridade jurídica, não é este sintoma de uma jurisprudência defeituosa? Não será sinal suficiente para se proceder a uma reavaliação e reajuste?
Leis que isolam ‘minorias’ não incentivam a cidadania, nem criam uma nação... criam guetos. Já basta de leis que castigam mulheres na sua maior particularidade – a função fisiológica da gravidez é reduzida, pelo vício dum raciocínio mais freiado possível, à sua maior vulnerabilidade; já basta de leis que castigam crianças por terem sido abandonadas, e que as impedem de chegarem aos cuidados extremosos que muitos casais desejam dar-lhes; já basta de leis que privam os homossexuais de (a)firmar a graça de um amor por outrém. Já basta de leis que atacam os adjectivos da cidadania de tantos indivíduos, basta que o Estado prossiga em falta para com os seus cidadãos.
Em Portugal há quem dê o corpo a este manisfesto, sozinhas: a Teresa e a Helena enfrentam esta injustiça institucionalizada todos os dias desde há um ano; o Tribunal da Relação de Lisboa está a dever-lhes uma resposta há 10 meses, e deseja-se que essa seja mais célere, cívica, justa. Deseja-se que o estado português não se contradiga nos seus fundamentos, que serão certamente questionados na última instância da jurisprudência portuguesa – o Tribunal Constitucional – já que não se prevêem progressos positivos nesta fase. E duas cidadãs não irão resignar-se se até esse ‘cérebro’ se bloquear: o caminho pode ser o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, este assumidamente ‘gay friendly’.
De momento não reúno condições para dar o meu corpo ao manisfesto, mas dou o meu espírito e manifesto a validade da minha cidadania.
5 comments:
A campanha do SIM está mais fraca que a do Não. Vamos lá mobilizarmo-nos. Só falta uma semana!
E que mais te apráz dizer, pedro morgado!? No meu blog estás à vontade! ;)
Eu distribuo panfletos... só mos têm de dar!!
(BTW: será que me insultam se os for distribuir em frente a uma igreja?...)
Estou um pouco desiludido com os debates que se fazem em Portugal. Tenha a sensação que as pessoas tem receio de afirmar a sua posição preferindo retrair-se numa negação que não os comprometa. A divisão entre o sim e o não é artificiosa e está a funcionar contra a informação necessária. Preferimos negar do que afirmar, de modo geral, mesmo que nao nos diga respeito. Portugal tem uma longa travessia pela frente... Será que as medidas tem de ser à força? É pena mas parece. Um estado pedagógico, era só o que faltava precisarmos...
Tens razão Muntubila. O português cultiva a preguiça mental, e o 'seguidismo'. Nem sequer sabemos porque será melhor equiparamo-nos aos suecos que aos brasileiros... e o Brasil, para mim, é aquela nova terra-prometida! Estão a libertar-se e a evoluir tanto, depois da escravatura e opressão em que viveram!
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